A Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna-SP), vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, em parceria com a Cati – Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, de Campinas, SP, vai treinar cerca de 60 pessoas, (engenheiros agronômos, agricultores e extensionistas), sobre a utilização agrícola do lodo de esgoto ou biossólido na agricultura.

O Dia de Campo de Biossólido será realizado na próxima terça-feira, 29, a partir das 9 h, com palestra no auditório e demonstrações no campo experimental da Embrapa Meio Ambiente em Jaguariúna, SP às 13h30 min.

De acordo com o coordenador geral do evento, o pesquisador Wagner Bettiol, o uso do lodo de esgoto como adubo agrícola representa grandes ganhos econômicos e ambientais. Uma das vantagens é que o custo de transporte e aplicação do lodo na agricultura é muito menor do que o custo de sua disposição em aterros ou a sua incineração, que hoje são as alternativas mais adotadas.

"O Brasil pode economizar US$ 500 milhões anuais com a reciclagem de nutrientes pela utilização do lodo de esgoto como adubo agrícola", enfatiza. Outra vantagem econômica é que o custo do lodo como adubo é menor do que o emprego de adubos minerais. Em termos ambientais, o uso do lodo implica inicialmente que houve um tratamento do esgoto urbano, medida essencial para a recuperação e preservação dos rios. O uso do biossólido como adubo vem sendo estudado por um conjunto de instituições, incluindo a Embrapa Meio Ambiente e o Instituto Agronômico de Campinas - IAC. O diretor do IAC, Eduardo Bulisani, também confia no enorme potencial do lodo como adubo. Entretanto, acredita que devem ser superadas resistências de ordem cultural no Brasil.

O Secretário Estadual de Recursos Hídricos, Saneamento e Obras, Antônio Carlos de Mendes Thame, em recente entrevista também destacou a enorme potencialidade do uso do lodo de esgotos, principalmente de origem urbana, como adubo na agricultura. "O tratamento dos esgotos urbanos é irreversível e, com isso, será gerada uma enorme quantidade de lodo, que pode ser aplicada na agricultura, disse o secretário. Na área das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, onde está a região de Campinas, são tratados somente 16% dos esgotos urbanos. No município de Campinas são tratados somente 3% dos esgotos urbanos.

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