Em evento realizado dia 21, próximo passado, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, assinou convênio com a Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado Rio Grande do Sul (Fapergs) que visa permitir o aporte de verbas para o desenvolvimento cientifico da produção de uvas e elaboração de vinhos.

A solenidade aconteceu nas dependências da Cooperativa Vinícola Aurora em Bento Gonçalves (RS) e contou a presença do secretario da Ciência e Tecnologia do RS, Adão Villaverde, do presidente da Fapergs, Pedro Fonseca, do Chefe-Geral da Embrapa Uva e Vinho, José Fernando Protas, do presidente-executivo da Vinícola Aurora, Hermes Zaneti e de lideranças do setor vitivinícola.

O convênio é uma iniciativa da Secretaria de Ciência e Tecnologia e autoriza o investimento R$ 150 mil, na pesquisa com doenças da videira e na qualidade e longevidade dos vinhos. Do volume de recursos, 70% são oriundos da Fapergs e 30% da Vinícola Aurora. De acordo com Adão Villaverde, secretario de Ciência e Tecnologia do RS uma das características do programa de apoio aos setores produtivos de Governo do Estado é a parceria com o setor privado. "Foi uma resposta imediata a demanda do setor vitivinícola" salientou Villaverde, numa referencia aos dois projetos. Os mesmos fazem parte do grupo de 27 projetos selecionados em todo o Estado e aprovados pelo edital da Fapergs (02/99), que promove a inovação tecnológica, estimulando a interação de grupos de pesquisa com o setor produtivo.

O primeiro, do pesquisador Olavo Sonego, visa "caracterizar as causas associadas ao declínio das videiras na região da Serra Gaúcha; verificar a relação entre a morte da planta e a concentração de nutrientes no solo e nas folhas da videira; monitorar os pomares onde ocorre o problema e estipular praticas de recuperação destas plantas". Esse estudo faz parte do esforço da Embrapa Uva e Vinho para diagnosticar as causas e buscar a solução para o problema de morte das videiras que ocorre na região, devido a diversos fatores, em especial por uma doença chamada "Escurecimento da casca da videira" que se manifestou, de forma epidêmica, em alguns parreirais a partir de 1998.

O segundo, um estudo do pesquisador Celito Guerra, tem dois objetivos básicos: "determinar e quantificar a influencia da poda verde, da desfolha e da aplicação de etileno sobre o aumento nos teores de antocianas e flavanois da uva Cabernet Sauvignon" e "incrementar a qualidade e a longevidade dos vinhos tintos". Entre os fatores que determinam a qualidade de um bom vinho estão: clima, solo, cultivar (tipo de uva), sistema de cultivo da videira e de elaboração do vinho.

Os vinhos podem ser classificados como "jovens", quando devem ter consumo rápido (um ano após a elaboração no máximo) ou "de guarda", aqueles que ficam estocados envelhecendo (quatro, cinco anos ou mais). Estes originam os grandes vinhos, visto que, são mais estruturados e tem características de sabor, aroma e cor muito apreciadas pelo consumidor. No Brasil, existem poucos vinhos de guarda. A pesquisa desenvolvida por Celito visa a obtenção de vinhos envelhecidos, agregando mais qualidade técnica e valor econômico a bebida, alem de aumentar também as opções do consumidor e a competitividade do produto no mercado internacional.

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