A história do bem-sucedido relacionamento entre uma empresa que desenvolve tecnologia agropecuária de ponta e uma comunidade indígena está sendo contada no Museu do Índio, no Rio de Janeiro. Trata-se de uma exposição de fotos, vídeos e sementes que acontece até o próximo dia 23, naquele Museu. Cerca de 47 Craôs estão no local falando aos visitantes a respeito da vida de seu povo.

Originários do nordeste do Estado do Tocantins, os Craôs tem um relacionamento forte com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Esse relacionamento começou na década de 70 quando pesquisadores da Empresa coletaram sementes de milho e de outros produtos em áreas indígenas. Mantidas em câmeras frias com temperatura de 20 graus celsus negativos, essas sementes integravam o acervo da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília-DF, junto com mais de 200 mil amostras de sementes, que representam cerca de 380 espécies de plantas brasileiras.

O contato com o homem branco, em certo período da história dos Craôs, mudou alguns de seus hábitos de cultivar a terra. Eles foram induzidos, por exemplo, a plantar arroz e milho híbrido, perdendo completamente suas sementes tradicionais de milho, bem como os rituais ligados à sua cultura. Em 95, os Craôs dirigiram-se à Embrapa e recuperaram uma pequena parte das sementes que hibernavam nas câmaras.

Reproduzidas em suas roças elas, hoje, estão reintegradas ao dia-a-dia do povo Craô. Na exposição, a Embrapa Solos, do Rio de Janeiro, também está mostrando frutos típicos e os solos dos Cerrados.

Carlos Dias - MTb 20395 Embrapa Solos: http://www.cnps.embrapa.br Email: sac@cnps.embrapa.br Tel.: 21-274-4999