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Brasil mostra sua tecnologia agropecuária em Hannover

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A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, está participando da Feira Internacional de Hannover, que começou no dia 1º de junho e vai até o dia 31 de outubro. Durante o evento, o público poderá conhecer diversas tecnologias desenvolvidas pela Embrapa e os seus impactos econômicos e sociais. Segundo o Diretor-Presidente da Embrapa, Alberto Duque Portugal, a "feira de Hannover é uma excelente oportunidade para que se possa comprovar porque o Brasil é o país de maior competência na geração de tecnologia agropecuária para os trópicos".

Um grande exemplo é a adaptação da cultura de uva à região do Semi-Árido nordestino, que hoje já produz 80% da uva fina consumida no país. Além disso, é de lá que sai a uva que está conquistando o mercado internacional. Com isso, a Embrapa ajuda no desenvolvimento de uma região carente do país.

Um outro trabalho desenvolvido pela Embrapa também está contribuindo para a geração de empregos na região Nordeste, além de desenvolver um produto rico em proteínas, calorias, sais minerais e vitaminas do complexo B. Trata-se das pesquisas para o aumento de produtividade da castanha-de-caju, por meio da técnica de enxertia, substituindo-se as copas dos cajueiros de baixa produção por outras de clones selecionados. A Embrapa também ajudou a instalar fábricas-escolas no Ceará, para capacitação de técnicos e produtores, e de centrais de beneficiamento de castanha, administradas por pequenos produtores rurais.

Algumas tecnologias desenvolvidas pela Embrapa beneficiam diretamente aquelas famílias que garantem o seu sustento por meio de pequenas propriedades. É o caso do aproveitamento do bagaço do caju e da quirera do arroz, produtos pouco utilizados, para a fabricação de snacks, biscoitos e pães.

De olho nas exigências do mercado e dos consumidores, a Embrapa desenvolveu um suíno, cuja principal característica é a maior quantidade de carne magra na carcaça. O MS 58, mais conhecido como suíno light, também tem alto rendimento de pernil e lombo e já é produzido em 12 estados brasileiros. Uma nova versão do suíno light estará no mercado no final deste ano. O novo reprodutor, o MS 60, já testado em avaliação de campo, tem características semelhantes ao MS 58, com rendimento de carne na carcaça superior a 90%.

Também de olho no mercado, a Embrapa lançou um programa a nível nacional, o Carne de Qualidade, cujo objetivo é aumentar, nos próximos cinco anos, em 25% o consumo de carne bovina no país. Além de beneficiar pequenos e médios produtores, o programa vai colocar à disposição dos consumidores um produto de qualidade, com cobertura mínima de gordura igual a 3 mm e submetido a rigorosos testes de qualidade.

As pesquisas realizadas pela Embrapa na área da fruticultura também já estão trazendo resultados. Por meio da irrigação, a Embrapa viabilizou o aproveitamento de áreas antes improdutivas por causa da seca. Um grande exemplo é a cultura de manga na região Nordeste, onde 80% da produção é destinada à exportação. Outras técnicas também colaboram para o aumento das exportações, como o controle biológico de pragas, armazenamento pós-colheita e o monitoramento. Além da manga, o Brasil hoje é um grande exportador de melão, mamão papaya, suco de laranja concentrado e maçã.

Outro trabalho realizado pela Embrapa é a domesticação de frutas nativas, suculentas e de sabores acentuados, com grande aceitação no exterior. Essas frutas são da região Amazônica e do Nordeste. O objetivo é desenvolver métodos eficientes de propagação e plantas com porte baixo e alta produtividade, tolerantes a pragas e doenças. Um exemplo é o aumento da produtividade do cupuaçu, cujo índice é 1900% maior em relação ao sistema extrativista. Outras frutas com grande potencial de exportação são o açaí, jambolão, cajá, bacuri e pequi.

Em 25 anos, as pesquisas desenvolvidas pela Embrapa colocaram o Brasil em posição de destaque no mercado mundial da soja. Hoje o país é o 2º maior produtor de soja do mundo, com produção superior a 30 milhões de toneladas. Tudo graças ao lançamento de cultivares de alta produtividade, adaptadas a várias regiões do país e resistentes às principais doenças. Além disso, a Embrapa guiou seus trabalhos no sentido de recuperar a fertilidade dos solos, controlar as ervas daninhas e desenvolver o Diagnóstico Completo da Semente da Soja, um método para controle da qualidade de sementes.

Preservação ambiental. Essa é a maior preocupação da Embrapa, que vem há mais de vinte anos desenvolvendo sistemas de produção com o objetivo de melhorar a qualidade da madeira e a produtividade dos reflorestamentos. Um outro projeto da Embrapa é conservar as espécies da Amazônia, Cerrados, Mata Atlântica e Florestas Subtropicais, desenvolvendo estudos sobre o potencial uso e formas de multiplicação e regeneração. A Embrapa mantém ainda germoplasmas animais, muitos dos quais ameaçados de extinção, na forma de sêmem, embriões, DNA e tecidos.

Outro trabalho de grande importância realizado pela Embrapa é substituir a queima da vegetação como técnica de limpeza do solo antes do plantio pela trituração. Com isso, o solo fica mais úmido e fértil, aumentando a produtividade da lavoura. Associada a essa técnica, os pesquisadores da Embrapa recomendam a plantação de leguminosas arbóreas de rápido crescimento para enriquecer a capoeira e fixar o nitrogênio no solo. A substituição da queimada pela trituração é possível graças a um equipamento projetado pelo Instituto de Agroengenharia da Universidade de Göttigen, da Alemanha. A máquina é adpatada especialmente para as condições da Amazônia e funciona acoplado a um trator de rodas.

Jornalista Alexandre Campos MTb 019/00 -DF Assessoria de Comunicação Social Fone: (61) 448 4113 Email: sac@embrapa.br  

Tema: A Embrapa\Cooperação Internacional 

Mais informações sobre o tema
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