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Pesquisa vence batalha contra mosca-da-carambola

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(A tecnologia agora vai ser exportada para a França)
Depois de evitar que pomares brasileiros fossem dizimados pela mosca-da-carambola, o controle biológico da praga, desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, está sendo adotado pela França. Pesquisadores da Embrapa estiveram dias 5, 6 e 7 de junho na Guiana Francesa, onde liberaram dois milhões de vespas "Diachasmimorpha longicaudata" para controle da mosca-da-carambola.

Com apenas alguns milímetros de comprimento, a vespa é capaz de parasitar a mosca, que no Brasil, caso chegasse à Região Nordeste, por exemplo, seria capaz de comprometer a exportação de frutas e causar prejuízos da ordem de 160 milhões de reais. Isso porque, apesar de ter seu nome associado à carambola, a mosca ataca mais de 30 tipos de frutas.

A Embrapa chegou a essa tecnologia pelo fato de seus pesquisadores estarem, em Cruz das Almas (BA), estudando a utilização da mesma vespa para controle das moscas de frutas em geral. O estudo da Embrapa partia da observação de que essa espécie de vespa, na Indonésia, é inimiga natural da praga. Tratava-se, então, de aproveitar esse conhecimento para desenvolver tecnologia adaptada às condições brasileiras e que pudesse ser aplicada de forma objetiva.

Após validar a tecnologia em todo o território nacional, a Embrapa desenvolveu um plano de liberação inundativa (em grandes quantidades) da vespa no município de Oiapoque, e depois em todo o estado do Amapá, onde a mosca-da-carambola havia sido detectada. Tendo os laboratórios da Embrapa no Amapá como base para a operação, foram liberadas, em dezembro de 1999, cerca de um milhão de vespas naquele Estado. Em abril deste ano foi liberado mais um milhão de vespas na região Norte do Brasil. Foi quando pesquisadores franceses testemunharam o sucesso da tecnologia, confirmando o mesmo procedimento para a Guiana Francesa.

A mosca-da-carambola existe na América do Sul há 15 anos. Em 1995 foi detectada no Oiapoque. Preocupados com os prejuízos que poderiam trazer ao Brasil caso se espalhasse pela região Norte e chegasse ao Nordeste, o Ministério da Agricultura, por intermédio da Embrapa, e o Centro de Energia Nuclear para Agricultura – Cena, localizado em Piracicaba – SP, não pouparam esforços para eliminar os focos existentes. Utilizando armadilhas de feromônio (hormônio de atração sexual) e iscas (pequenos conglomerados de compensado), os pesquisadores conseguiram minimizar o problema. As iscas eram embebidas com feromônio e inseticidas químicos, atraindo os machos que pousavam e morriam. Não tendo machos para fecundação as fêmeas colocavam ovos não férteis. Todos esses esforços contaram com o apoio do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura – IICA.

Apesar desses esforços, a mosca foi detectada em 1998 em Porto Grande, a 120 km de Macapá-AP. Neste caso, a estratégia de combate precisou ser mais drástica. Com supervisão da Embrapa e apoio do Exército, todos os frutos da carambola daquela cidade foram coletados e enterrados. Além disso, foram distribuídas 40 iscas com feromônio para cada hectare em todo o município. Todo esse trabalho também tinha o objetivo de impedir que a mosca chegasse a Macapá , dali a Belém e, depois, a todo o território nacional.

Agora, o controle da praga torna-se mais eficiente, além de ser uma alternativa ao uso de pesticidas. A carambola também está sendo exportada pelo Brasil. Na Europa a fruta já é conhecida como "star fruit", pelo fato de, quando cortada no sentido transversal, seu formato lembrar uma estrela

Mais informações: Jornalistas Marita Cardillo e Sandra Zambudio Assessoria de Comunicação Social da Embrapa Telefones (61) 448.4379 / 448.4113 Email: sac@embrapa.br  

Tema: Fatores e Insumos\Defensivos e Controle Biológico 

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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