A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, começa a treinar, a partir da próxima segunda-feira, dia 26, 400 multiplicadores de quatro estados brasileiros em técnicas para substituir e controlar queimadas na agricultura.

Engajada na campanha lançada recentemente pelo Governo Federal, a Embrapa está pronta para sair a campo e repassar os resultados de seus trabalhos científicos a técnicos, líderes rurais, agentes da extensão rural, representantes de cooperativas, de associações, de sindicatos, e de ONGs, que irão repassar os conhecimentos a mais de 150 mil produtores, em mais de 80 mil propriedades localizadas nos estados que mais registram queimadas – Mato Grosso, Tocantins, Pará e Maranhão.

A pesquisa brasileira tem uma série de tecnologias alternativas à prática de queimadas na agricultura e que podem mudar esse quadro. "Será um trabalho de fôlego", afirma Alberto Duque Portugal, diretor-presidente da Embrapa. A coordenação será feita pelo Ministério da Agricultura, com suporte técnico da Empresa e participação do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), dos Ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Agrário e das secretarias de Agricultura e de Educação dos governos estaduais.

Alberto Portugal explica que as queimadas afetam negativamente a biodiversidade e a dinâmica dos ecossistemas, embora sejam praticadas usualmente na agricultura para combater pragas, limpar áreas para plantio, renovar pastagens e facilitar a colheita da cana-de-açúcar. Elas provocam ainda danos ao patrimônio público e privado, erosão dos solos e deterioram a qualidade do ar.

As queimadas e os incêndios florestais no Brasil alcançam dimensões gigantescas. Mais de 300 mil queimadas são registradas todos os anos. Desse total, 85% ocorrem na Amazônia Legal (Acre, Rondônia, Roraima, Amazonas, Amapá, Pará, parte do Maranhão, do Mato Grosso e do Tocantins). Os estados que mais queimaram nos últimos três anos foram: Mato Grosso, 38%; Pará, 27%; Maranhão, 10% e Tocantins, 7%.

DATA	LOCALIDADE	ABRANGÊNCIA
26 a 30 de junho	Cuiabá - MT	29 municípios do Mato Grosso
26 a 28 de junho	Palmas - TO	40 municípios de Tocantins
02 a 04 de julho	Marabá - PA	03 municípios do Pará
03 e 04 de julho	Araguaína - TO	40 municípios de Tocantins
05 a 07 de julho	Açailândia - MA	12 municípios do Maranhão
05 a 07 de julho	Redenção - PA	05 municípios do Pará
06 e 07 de julho	Gurupí - TO	40 municípios de Tocantins
10 e 11 de julho	Araguatins - TO	29 municípios de Tocantins

Queimar os restos das culturas ou a palha para facilitar a colheita é uma prática econômica a curto prazo. Mas é danosa ao longo dos anos. O calor do fogo empobrece e elimina os microorganismos que dão vida e força ao solo. Em outras palavras, a terra fica sem nutrientes essenciais à produtividade das plantas. Com o solo estéril, o agricultor desmata nova área e adota a mesma prática. Em um círculo vicioso as queimadas vão ganhando cada vez mais espaço, segundo dados obtidos pela Embrapa.

Alberto Portugal diz que a Empresa utiliza monitoramento orbital de queimadas desde 1991. Conjugando sensoriamento remoto, cartografia digital e comunicação eletrônica, os especialistas têm o efetivo das queimadas em todo o Brasil. O trabalho é realizado na Embrapa Monitoramento por Satélite (Campinas-SP). São programas e procedimentos de computador que organizam mapas os dados do satélite NOAA tratados em Cachoeira Paulista e enviados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), via Internet, à Embrapa. São informações semanais geocodificadas e analisadas.

As principais alternativas tecnológicas propostas para a substituição do uso das queimadas são: a recuperação de pastagens pelo consócio grão-pasto; o uso do sal mineral e uréia pecuária; o manejo da palhada para alimentação animal; a utilização do plantio direto; o uso da queima controlada; a diversificação da produção (produção agroflorestal) e a intensificação da exploração da terra com a utilização de cobertura verde, cobertura morta, fertilizantes, corretivos e compostos orgânicos.

Alberto Portugal diz que o processo de transferência dessas tecnologias se dará também por meio de uma ampla campanha de conscientização geral da população dos municípios críticos. Os agricultores participarão de palestras técnicas, dias-de-campo e unidades demonstrativas e receberão material de orientação técnica.

No dia 28 de junho, a Embrapa estará mostrando um pouco das tecnologias para monitoração, prevenção e controle das queimadas, através do programa Dia de Campo, que poderá ser assistido pela TV a partir das 9 horas. Para captar o programa, basta sintonizar a antena parabólica nas seguintes posições:

· Polarização horizontal, Banda C, Freqüência 3.910; ou · Polarização vertical, Banda L, Freqüência 1.240.

Jornalistas: Sandra Zambudio (MTb 929/80/PR) e Robinson Cipriano (MTb 2057/88) Assessoria de Comunicação Social Fone: xx (061) 448-4113  

DATALOCALIDADEABRANGÊNCIA26 a 30 de junhoCuiabá - MT29 municípios do Mato Grosso26 a 28 de junhoPalmas - TO40 municípios de Tocantins02 a 04 de julhoMarabá - PA03 municípios do Pará03 e 04 de julhoAraguaína - TO40 municípios de Tocantins05 a 07 de julhoAçailândia - MA12 municípios do Maranhão05 a 07 de julhoRedenção - PA05 municípios do Pará06 e 07 de julhoGurupí - TO40 municípios de Tocantins10 e 11 de julhoAraguatins - TO29 municípios de Tocantins