A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, lança, no 1° de agosto, em João Pessoa (PB), o livro O Abacaxizeiro: Cultivo, Agroindústria e Economia, como parte da programação oficial do lançamento do Programa Brasileiro para Melhoria dos Padrões Comerciais e Embalagem do Abacaxi, que ocorre a partir das 9h, no auditório da Empresa Paraibana de Turismo (PB-Tur), na capital paraibana.

O programa consolida a abacaxicultura como uma das mais importantes atividades do agronegócio de fruteiras tropicais do país e foi elaborado por um pool de entidades ligadas ao negócio de frutas brasileiro, como a Câmara Setorial de Frutas, a CEAGESP, a Bolsa do Comércio de Pernambuco, a Emater-PB e a Embrapa Mandioca e Fruticultura. Os produtores passam a contar, a partir de agora, com uma padronização definitiva para a classificação da fruta e definição de uma política de preços assentada em bases confiáveis.

A definição nacional desses padrões beneficia diretamente os produtores paraibanos, que já possuem uma invejável tradição com a cultura e que agora poderão garantir uma lucratividade bem mais segura, em decorrência da melhor qualidade dos frutos obtidos no Estado.

Padrões

O abacaxi foi classificado de duas formas básicas: pela cor da polpa e pela cor da casca. Quanto à polpa, a classificação foi feita em dois padrões: polpa amarela e polpa branca. Pela casca, a fruta foi classificada de quatro formas: "verde ou verdoso", com todos os frutilhos completamente verdes; "pintado", quando o centro dos frutilhos apresentam-se amarelos; "colorido", com até 50% dos frutilhos amarelos; e "amarelo", quando o fruto possui mais de 50% dos frutilhos completamente amarelos.

A nova padronização define também as classes dos frutos, diferenciados pelo peso individual da infrutescência. Para os frutos de polpa amarela, a escala de classes vai de 1 a 6. O primeiro corresponde a um fruto de, no máximo, 1 quilo e 100 gramas. O tipo 6 é um fruto especial pesando mais de 2,5 quilos. Já o grupo de polpa branca tem uma tipologia que varia de 1 a 4, começando com os frutos de, no máximo, 1,3 quilo e terminando com aqueles que alcançam um peso superior a 1,8 quilo.

"A padronização consagra uma prática que já vinha sendo usada pelo mercado", diz Leoncio da Costa Vilar, assessor e abacaxicultura da Emater-PB, um dos principais responsáveis pela concepção do programa. "Estamos indicando uma margem de variação de 10% entre as categorias. Acima disso, o fruto muda de padrão", acrescenta o agrônomo.

O lançamento do programa na Paraíba não acontece a toa: depois de ocupar por anos seguidos a posição de maior produtor brasileiro da fruta, o Estado encontra-se hoje disputando a segunda posição com o Pará, tendo produzido no ano passado 230.749 frutos, o que corresponde a 19,34% do total da produção brasileira. Hoje o maior produtor é Minas Gerais, que em 1999 produziu 304.773 frutos. A estatística oficial indica que o abacaxi é explorado comercialmente em 20 estados brasileiros, sendo que apenas Minas, Pará, Paraíba e Bahia respondem por 73% de toda a produção nacional. A comercialização do fruto concentra-se em mais de 60% nas regiões Sul e Sudeste.

O programa vai abranger ainda a questão da embalagem, um item também bastante importante para a garantia da qualidade do produto até chegar à mão do consumidor final. A conservação dessa qualidade exige um tipo de embalagem que ofereça proteção, informações sobre o produto, racionalização do transporte, armazenagem e gerenciamento. Pelas novas normas, a embalagem precisa ser paletizável, podendo ser descartável ou reaproveitável. O programa vai criar ainda uma rotulação padronizada, que funcione como um certificado de origem do produto, permitindo seu rastreamento até o produtor de origem.

Livro

Com 480 páginas e 17 capítulos, a obra concentra vasto repertório de conhecimentos técnicos, que agregam resultados de mais de 15 anos de pesquisa de uma equipe multidisciplinar de pesquisadores da Embrapa. "Com essa publicação, estamos atendendo aos anseios de diversos segmentos da cadeia produtiva do abacaxi", diz o engenheiro agrônomo Luiz Francisco da Silva Souza, da Embrapa Mandioca e Fruticultura, um dos organizadores do livro.

Nos dezesseis primeiros capítulos são abordados aspectos relacionados à planta, ao seu cultivo, produtos e usos, situação da cultura no mundo e no Brasil e importância econômica, discutidos à luz de resultados de pesquisa e de uma extensa revisão bibliográfica.

"Do último capítulo, dedicado às referências bibliográficas, constam cerca de 700 títulos oriundos dos mais importantes centros de pesquisa do mundo, com uma abrangência temporal que cobre a literatura científica desde 1927 até os dias correntes, o que corrobora as características de estado-da-arte presente em todo o livro e dá sustentação aos melhores feitos da pesquisa brasileira com a cultura do abacaxi", ressalta Francisco.

Desde já, O Abacaxizeiro: Cultivo, Agroindústria e Economia se insere no ainda restrito círculo de obras técnicas de valor acadêmico, que dizem respeito ao conhecimento e à superação de limites que a natureza e a economia impõem ao cultivo e ao aproveitamento econômico da fruticultura tropical. Texto de consulta obrigatória por pesquisadores, professores universitários, estudantes, técnicos e produtores envolvidos no agronegócio do abacaxi. Exemplares da publicação poderão ser adquiridos no dia do lançamento, durante a sessão de autógrafos dos autores, ao preço de R$ 38,00.

Jornalista responsável: Dalmo Oliveira Email: dalmo@cnpmf.embrapa.br Área de Comunicação Empresarial-ACE da Embrapa Mandioca e Fruticultura Cruz das Almas - Bahia - Brasil - Caixa Postal 007 - CEP:44.380-000 Telefone: (75) 721.2120 - Ramal 215 - Fax: (75) 721.1118 http://www.cnpmf.embrapa.br/jornal/index.htm