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Recomendados cuidados especiais com os frangos no período frio

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A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério de Agricultura e Abastecimento, por meio de sua unidade Embrapa Suínos e Aves (Concórdia – SC), está relançando a publicação Instrução Técnica para o Avicultor Número 14/2000, que chama a atenção para os mais importantes pontos que devem ser observados em criações de frangos de corte em períodos de baixa temperatura, como os que estão ocorrendo no momento na região Sul. Segundo o pesquisador da área de construções rurais/ambiência avícola, Paulo Abreu, os pontos principais que devem ser observados pelos produtores são:

Quebra-ventos
Em regiões frias é necessário a utilização de quebra-ventos como barreira contra ventos fortes. Quando bem projetado, protege à distância de até 10 vezes a sua altura. Os exemplos mais comuns de quebra-ventos são o pinus, eucalipto, acácia, marraton (Glyricídia sepium), algaroba (Prosopis juliflora), Erythrina (poeppigiana, crassifola, subumbrans (lithosperma), micropterys, glauca (pizano), umbrosa, velutina.
Ventilação
Para o período frio a ventilação se apresenta com um objetivo definido, sendo por razões higiênicas, exclusivamente. Essa condição vai se refletir na localização, área e forma de abrir dos dispositivos, de maneira que o fluxo de ar se desloque pela parte superior do aviário para evitar o efeito direto sobre as aves. A quantidade de ar que precisa ser renovado nesse período por razão higiênica é pequena, sendo necessário apenas superfícies reduzidas de entrada e saída de ar; o importante é que o fluxo de ar não incida diretamente sobre as aves.
Lanternim
Os aviários que possuem lanternim devem ser providos de dispositivos de fácil fechamento para controle da ventilação. Esses dispositivos podem ser fechados, durante períodos frios, de cima para baixo com sistemas de painéis móveis, ou mesmo com sistemas de cortinas, que poderão ser acionados manualmente ou automaticamente.
Materiais isolantes
O desempenho dos aviários no período do frio é melhorado com o uso de isolantes térmicos com a finalidade de diminuir os efeitos da temperatura externa no interior do aviário, com a inclusão destes materiais sobre as telhas (poliuretano) ou sob as telhas (poliuretano, poliestireno extruído, eucatex, lã de vidro ou similares).
Cortinas
Instalar cortinas nas laterais, pelo lado de fora, para evitar penetração de sol, chuva e controlar a ventilação no interior do aviário. Devem ser fixadas para possibilitar ventilação diferenciada para condição de inverno e verão. Para atender ambas situações é ideal que seja fixada a dois terços da altura do pé-direito e que seja aberta das extremidades para o ponto de fixação. Sob condições de inverno deve ser aberta de cima para baixo e em condições de verão, de baixo para cima. Nos primeiros dias de vida das aves, é comum o uso de sobrecortinas em regiões frias para auxiliar a cortina propriamente dita. A sobrecortina deve ser fixada na parte interna do aviário, de tal forma que sobreponha a tela, evitando a entrada de correntes de ar e que dificultem a perda de calor durante este período. É também prática comum reservar 2/3 a partir do centro às extremidades do aviário para alojamento dos pintinhos, que são separados com divisórias de lona com o objetivo de diminuir o volume de ar a ser aquecido. O uso de estufa, que consiste de cortinas instaladas nas laterais e na parte superior da área destinada ao alojamento dos pintinhos, nos primeiros 21 dias de idade das aves, tem se mostrado econômico, permitindo a retenção de calor emitido pelos sistemas de aquecimento e redução da mortalidade por ascite.
Aquecimento
O aquecimento é fundamental no início da vida e dele depende o bom desenvolvimento das aves. No inverno esse item merece atenção redobrada, pois além da necessidade de suprir a diferença existente entre a temperatura ideal para os pintos e a temperatura ambiente, é necessário estar atento para controlar a temperatura dentro do aviário nas horas em que a temperatura externa aumenta, principalmente em regiões de amplitudes térmicas elevadas. Atualmente, há grande variedade de modelos de campânulas a gás como o de placas aquecedoras metálicas ou de cerâmica, provido de campânula maior ou menor, entre outros. O importante é dispor de potência calorífica adequada com baixo custo. O controle dos sistemas de aquecimento pode ser realizado manualmente, ou automaticamente com sistemas eletrônicos, e o melhor indicativo de conforto das aves está no seu comportamento. Quando há afastamento das aves da fonte de calor indica excesso de calor emitido pelo sistema. Quando há aglomeração das aves em determinado local é indicativo de corrente de ar. Se existe muita aglomeração, isso é indício da necessidade de mais aquecimento. Como condição ideal de comportamento, as aves permanecem uniformemente distribuídas na região de aquecimento. Se apresentarem asas e pescoço estendidos ou bicos abertos é sinal de aquecimento elevado. No inverno não se deve tirar totalmente o aquecimento antes do 21o dia. O sistema de aquecimento deve permanecer instalado e em condições de uso para qualquer emergência, principalmente nas regiões mais ao sul do Brasil, onde deve ser mantido dessa maneira até a quarta semana.
Círculo de proteção
Uma medida para facilitar o manejo, a identificação da fonte de calor e evitar correntes de ar diretas nas aves é a utilização de proteção. Quando o aviário não possuir sistema de alimentação em linha as divisórias utilizadas são os tradicionais círculos de proteção.
Água
Outro problema nesta época do ano é com a água. Nota-se que os pintos reduzem muito o consumo de água o que é atribuído à baixa temperatura da mesma. A temperatura da água deve estar entre 15 a 20oC, lembrando que quanto menor o consumo de água menor o consumo de ração.
Luz
Outro ponto importante a ser ressaltado para o inverno é o programa de luz. Os programas de luz têm sido propostos para melhorar o ganho de peso, a eficiência alimentar, as características da carcaça e o estado sanitário do plantel. Tem sido recomendado um fotoperíodo decrescente-crescente, pois dias curtos no início do período de criação, reduz a ingestão de ração e a taxa de crescimento das aves, diminuindo os problemas associados ao crescimento acelerado. O fornecimento de fotoperíodos mais longos em fases mais adiantadas de crescimento dos frangos, resulta em ganho compensatório. Ressalta-se ainda, que, nos primeiros 3 a 4 dias os pintos devem receber iluminação contínua com apenas 1 hora de escuro para acostumarem à escuridão.

Jornalista responsável: Tânia Maria Giacomelli Scolarii (MTb 4.957/RS) Embrapa Suínos e Aves - Concórdia, SC Área de Comunicação Empresarial Telefone: (49) 442-8555  

Tema: Produtos Agropecuários\Pequenos Animais\Aves 

Mais informações sobre o tema
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