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Luta contra sigatoka dá prêmio a pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental

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A descoberta de uma nova espécie de bananeira resistente à Sigatoka negra – doença que dizima em até 100% as plantações – resultou em prêmio a três pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Luadir Gasparotto, José Clério Pereira e Mirza Normando, da Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus-AM), ganharam nesta semana o prêmio Arnaldo Gomes Medeiros, concedido pela ROHM and HAAS Química Ltda. ao melhor trabalho apresentado durante o XXXIII Congresso Brasileiro de Fitopatologia, realizado em Belém (PA), de 6 a 11 de agosto de 2000.

Foram 691 trabalhos apresentados, mas a identificação da Banana Prata Zulu como alternativa à doença que vem dizimando as plantações da Região Norte do Brasil saiu vencedora na categoria melhor pesquisa do ano. Os pesquisadores receberam uma placa e o reconhecimento nacional, já que mais de 800 pesquisadores participaram da seleção.

A Prata Zulu caracteriza-se pelo sabor agridoce, semelhante ao da cultivar Prata comum. Possui alto nível de resistência à doença, boa produtividade e presença de pedúnculos rígidos, o que lhe confere resistência ao despencamento. Com todas essas vantagens, a prata Zulu está sendo recomendada pela Embrapa aos produtores, tendo em vista a comercialização imediata. A resistência ao despencamento permite à nova variedade o transporte a longas distâncias, tornando o produto acessível à exportação. Atualmente, todo o plantio comercial de banana é suscetível à Sigatoka Negra, explica o fitopatologista José Clério. Por se tratar de doença de cultura perene, a rotação de cultivares e o uso de controle químico oneram muito o custo de produção. Por isso, a utilização de cultivares resistentes constitui-se em estratégia técnica e economicamente viável ao controle da doença.

Amazonas

A Sigatoka negra foi detectada há pouco mais de um ano em alguns bananais do Amazonas, nas regiões de Tabatinga e Benjamim Constant, no Amazonas. Há notícias de que a Sigatoka negra possa também estar presente em bananais de Rondônia e do Mato Grosso. Por isso, o Ministério da Agricultura e do Abastecimento, por meio da Embrapa, vem promovendo uma série de treinamentos a extensionistas e produtores daquela região, para que saibam identificar rapidamente o problema.

Produtores de todo o país, preocupados com esta nova situação, vêm solicitando informações sobre o problema aos técnicos da Embrapa, porque temem que a doença chegue às suas regiões. Os treinamentos dados pela Embrapa foram solicitados pelas autoridades de defesa sanitária vegetal, também ligadas ao Ministério da Agricultura, por causa velocidade com que a Sigatoka negra se espalha, desde que chegou ao país, no ano passado.

O Brasil tem 560 mil hectares plantados com banana e uma produção anual de seis milhões de toneladas. Menos de 1% desse total vai para exportação, o que leva a concluir que a banana é uma cultura produzida quase que somente para consumo interno. A transmissão da Sigatoka negra é aérea. O vento naturalmente transporta o fungo. Depois de infestar as folhas, impede o desenvolvimento dos frutos. Para uma cultura de importância econômica e social como a banana, o resultado pode ser desastroso. O tamanho da fruta e seu vigor determinam a aceitação nos mercados. E são justamente essas duas qualidades as mais afetadas pela praga.

Mais informações: Área de Comunicação Empresarial Embrapa Amazônia Ocidental Telefone: (92) 622-2012 - ramais 261 e 255 Email: maria@cpaa.embrapa.br  

Tema: A Embrapa\Gente 

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