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Lã de ovelha é alternativa de renda adicional para os criadores

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O Ministério da Agricultura e do Abastecimento, por meio de sua vinculada Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária- Embrapa, vai mostrar aos criadores de ovelhas, em especial da ovelha crioula, como utilizar a lã dos animais na fabricação artesanal de cobertores, mantas e roupas. É uma forma de resgatar a cultura gaúcha de tingimento com corantes vegetais, substituída por anilinas e outros pigmentos químicos. Esse processo, além de agregar renda à agroindústria doméstica de tecelagem, preenche nichos de mercado dentro de uma visão de sustentabilidade ambiental, já que os vegetais utilizados não se prestam à alimentação humana, animal ou à farmacopéia.

A técnica está sendo incentivada pela Embrapa Pecuária Sul (Bagé,RS), que estuda a Ovelha Crioula, uma raça nativa que quase foi extinta na segunda metade do século XX, quando os pequenos rebanhos existentes passaram a ser substituídos por rebanhos de lã mais fina, como a Ovelha Merino, que tinham maior valor comercial. O resgate da raça nativa só começou a ser feito em 1982, por pesquisadores da Embrapa, que se interessaram pela preservação e pela avaliação da Ovelha Crioula. Nesta época, a população da raça na metade Sul do Rio Grande do Sul era de apenas 450 animais.

Hoje a Embrapa possui conservado o germoplasma de 270 matrizes da raça Crioula. A população de duas variedades (serrana e fronteira) conservada in citu é de 270 ovelhas, 40 carneiros e 110 filhotes com oito meses de idade. A distribuição geográfica de todas as variedades abrange toda a Região Sul, oeste da Região Centro-Oeste e também parte do Acre (áreas de fronteira do país). O Paraná é o Estado que detém a maior população de ovelhas crioulas, criadas por meio da agricultura familiar – oito animais, em média, por propriedade.

Embora possua uma lã crua considerada de baixa qualidade pela indústria, a Ovelha Crioula tem uma série de vantagens com relação à ovelha comum. Ela, por exemplo, sobrevive melhor em regiões inóspitas, onde há escassez de alimentos e temperaturas muito baixas. Também não tem medo da água e chega a entrar em áreas alagadiças atrás de vegetais. Sua preferência é por terrenos acidentados, onde sua alimentação preferida são arbustos e árvores de encostas. Outra característica superior é que a raça nativa pode sobreviver longos períodos sem controle sanitário, como combate a verminoses, sendo muito mais resistente a doenças comuns em ovinos.

Jornalista da Embrapa na Casa da Tecnologia: Sandra Zambudio - MTb 939/81/PR Mais informações com a Área de Comunicação Empresarial da Embrapa Pecuária Sul (Bagé, RS) Telefone: (532) 42-8499  

Tema: A Embrapa\Eventos 

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