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Lançada mais uma variedade de banana resistente à Sigatoka

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A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, lança nesta quinta-feira, dia 21, em Cruz das Almas (BA), mais uma cultivar de bananeira resistente à Sigatoka negra, para dar combate à doença que provoca redução da produtividade, diminuindo o tamanho do fruto. Híbrido da Prata Anã, a Fhia-18 é uma banana geneticamente melhorada a partir de uma variedade originária de Honduras.

A nova variedade foi avaliada em diferentes ecossistemas brasileiros, destacando-se por suas características agronômicas, principalmente o porte médio e a elevada produtividade, que pode alcançar até 50t/ha sob boas condições de cultivo. "Além da resistência à Sigatoka negra, essa variedade deverá atingir produtividades até 50% superiores em relação à Prata Anã", estima o melhorista que criou a nova variedade, Sebastião de Oliveira e Silva, da Embrapa Mandioca e Fruticultura.

A Embrapa recomenda que o seu cultivo seja feito em solos de fertilidade média/alta, profundos, para que os seus atributos de resistência às doenças possam se expressar em toda a sua potencialidade. A Sigatoka negra foi detectada há mais de um ano em alguns bananais do Amazonas, nas regiões de Tabatinga e Benjamim Constant, no Estado do Amazonas. "Ela é causada por um fungo e sua presença no bananal pode ocasionar perdas de até 100 por cento da produção", diz Zilton José Maciel Cordeiro, da equipe de pesquisadores responsáveis pelo projeto de pesquisa que desenvolveu as variedades resistentes à Sigatoka. O Brasil tem 560 mil hectares plantados de banana e uma produção anual de seis milhões de toneladas. Menos de 1% desse total vai para exportação.

Cordeiro explica que a transmissão da Sigatoka negra é aérea. "O vento transporta naturalmente o fungo", diz. Ele se refere ao fungo Mycosphaerella fijiensis, que causa a doença. Depois de infestar as folhas, impede o desenvolvimento dos frutos. Para uma cultura de importância econômica e social como a banana, o resultado pode ser desastroso. O tamanho da fruta e seu vigor determinam a aceitação nos mercados e são justamente essas duas qualidades as mais afetadas pela praga. Como explica o especialista, é da folha que vem a energia para produzir. No caso da bananeira, são necessárias 15 ou 16 folhas para que a planta acumule boas reservas e os frutos cresçam bem. Mas se o fungo as atacam, deixa manchas negras que as debilitarão, provocando uma morte rápida das folhas. Uma bananeira que tenha sido infectada, não terá mais que cinco folhas.

Sem a quantidade de folhas suficiente para que a bananeira vegete normalmente, os frutos ficam raquíticos. Isso acontece porque a planta não tem mais condições de armazenar energia, fazendo com que os cachos encham só pela metade. Num crescimento normal, a fruta se arredonda à medida que os cachos enchem. Com a invasão do fungo, os frutos ficarão cheios de quinas. Além disso, as bananas podem amadurecer ou amarelar ainda no campo, mesmo que os frutos estejam mal formados. "Não se paga bons preços no mercado por frutos assim", conclui Cordeiro. Por isso, nas áreas em que a doença já foi detectada, continuam sendo testados outros híbridos resistentes à Sigatoca-negra.

O lançamento da "Fhia-18" vai acontecer a partir das 15 horas na Biblioteca Municipal de Cruz das Alma. Produtores de Ubaira e de Wenceslau Guimarães deverão receber as primeiras mudas da nova cultivar. A Embrapa vai realizar ainda uma degustação com 500 quilos de frutos da nova bananeira.

Jornalista: Dalmo de Oliveira Embrapa Mandioca e Fruticultura - Área de Comunicação Empresarial-ACE Telefone: (75) 721.2120 - Ramal 215 - Fax: (75) 721.1118 E-mail: dalmo@cnpmf.embrapa.br  

Tema: Produtos Agropecuários\Frutas\Tropicais 

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