Pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, informam que o molusco Limnoperna fortunei, originário da Ásia e encontrado também na região de Corumbá (MS), pode causar danos ao ecossistema do Pantanal. A Limnoperna é responsável pelo entupimento de tubulações de captação de água de cidades e barcos e pela eliminação de diversos organismos do meio ambiente. Além de contribuir para a diminuição da biodiversidade local, principalmente de espécies microscópicas, até o momento a praga não tem um inimigo natural e os pesquisadores ainda não encontraram uma forma eficiente de combatê-la.

O pequeno molusco poderá afetar as espécies nativas do Pantanal e a estrutura das comunidades aquáticas, causando desequilíbrio ecológico com conseqüências econômicas graves. A espécie chegou ao Pantanal trazida por embarcações através do rio Paraguai. Segundo a pesquisadora da Embrapa Pantanal Márcia Divina de Oliveira, o primeiro registro da espécie na América do Sul aconteceu em 1991, na foz do rio da Plata, na Argentina.

Em Corumbá, o primeiro registro aconteceu em agosto de 1998. A pesquisadora suspeita que o tráfego intenso de embarcações da Argentina possa ser o causador da infestação do molusco na região. A equipe técnica da Embrapa Pantanal verificou a presença da praga em toda a extensão do rio Paraguai, entre a região do Forte Coimbra (MS) e a cidade de Bela Vista do Norte (MT). Também há registros na Baia do Castelo e no Canal do Tamengo.

Na Argentina, se estuda a infestação do molusco há 10 anos e até hoje não existe um meio de controlar o organismo, que coloniza águas limpas e sujas de rios e de baías. Se for implantada a Hidrovia Paraná-Paraguai, este problema poderá se agravar, pois o tráfego de barcaças trazem, grudados em seus cascos, outras espécies de organismos, aumentando a população desse molusco no Pantanal. Os trabalhos futuros da Embrapa Pantanal devem determinar, com maiores detalhes, como o Limnoperna fortunei se adaptou e se desenvolve no Pantanal.

Jornalista: Hélio Augusto (MTb 4911/MG) Embrapa Pantanal Telefone: (67) 231-1430 Fax: (067) 231-1011 E-mail: helio@cpap.embrapa.br