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Novo sistema resolve problema dos dejetos suínos

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Um novo sistema de tratamento de dejetos suínos, que transforma os resíduos da produção em um adubo orgânico de alta qualidade, pode ser a solução para propriedades de todos os tamanhos. A novidade foi testada com bons resultados nos dois últimos meses pela Embrapa Suínos e Aves, empresa de pesquisa vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, com sede em Concórdia (SC), e pela TecSul, ligada ao Grupo Resitec Ind. Química Ltda. "Além de gerar um ótimo adubo, o sistema trata com eficiência a água que depois retorna para o rio", explicou Marcus Cazarré, pesquisador da TecSul e criador do modelo.

A idéia principal do sistema Embrapa/TecSul é reutilizar esterqueiras, bioesterqueiras, decantadores, peneiras e lagoas de limpeza de água dentro de uma nova proposta de tratamento. O sistema é composto por separação de fases, equalizadores de vazão, bactérias comerciais, digestão anaeróbia, biofloculação e flotação por ar dissolvido. Na prática, o dejeto entra numa peneira vibratória, que remove a fração grosseira do dejeto. Depois da peneira, o dejeto é encaminhado para uma pequena lagoa, que serve como controlador do fluxo do resíduo líquido.

O dejeto que é recolhido da peneira pode ser secado para utilização em rações animais ou compostado para uso agrícola. Já o líquido que passou pela peneira, é lançado em uma lagoa anaeróbia que contém bactérias comerciais. Essas bactérias são encarregadas de digerir o lodo anaeróbio. O lodo anaeróbio é um dos grandes problemas dos sistemas tradicionais, que necessitam de um longo tempo de permanência nas lagoas para posterior uso como adubo orgânico.

Após a ação das bactérias anaeróbias, o líquido é encaminhado para um sistema de aeração com ar aspirado, onde se desenvolvem milhões de bactérias aeróbias. A principal função dessa fase do sistema é a remoção de nutrientes como o nitrogênio e o fósforo, que não são degradados no sistema tradicional. Nessa mesma fase, é gerado um floco bacteriano pela ação da turbulência do tanque. O floco bacteriano é retirado pela flotação por ar dissolvido, que seria o último compartimento do sistema. Após este, o líquido tratado pode voltar ao rio sem riscos ambientais.

O adubo gerado pelo sistema (lodo que sai do flotador) possui ótimas características minerais, melhores até do que o dejeto bruto. Como a quantidade de lodo produzida é pequena, a armazenagem fica facilitada. O custo de instalação do sistema fica entre R$ 130,00 e R$ 140,00 por matriz ciclo completo, valor que não leva em consideração equipamentos que já existem na propriedade. Além desses custos, há ainda um gasto mensal com energia elétrica e bactérias. O sistema está sendo testado na propriedade de Carmelindo Bedin, no interior de Seara (SC). O projeto também está recebendo a colaboração da Prefeitura de Seara e da Chapecó Alimentos.

Mais informações: Tânia Maria Giacomelli Scolari Email: mailto:tscolari@cnpsa.embrapa.br Jornalista - Reg.Prof. Nº 4.957/MT-RS Embrapa Suínos e Aves Área de Comunicação Empresarial  

Tema: Produtos Agropecuários\Pequenos Animais\Suínos 

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