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É hora de reservar pasto para feno-em-pé

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Pasto verde e abundância de chuvas formam uma imagem típica do verão no Brasil Central Pecuário. Nessa região, compreendida pelos estados do Centro-Oeste brasileiro, Oeste de São Paulo, Norte do Paraná, Triângulo Mineiro e Sul do Tocantins, as estações do ano se resumem a duas situações: verão úmido e inverno seco. Mas o quadro propício à atividade pecuária neste início de ano não pode impedir o pecuarista de se preocupar com a oferta de forragem ao gado na estação seca, que, nesses lugares, vai de maio a outubro. A decisão de reservar pasto e fazer o chamado feno-em-pé (técnica de vedação de pastagem) deve ser tomada ainda no período das águas. E, nesse caso, a sabedoria popular é que dita a regra: é melhor prevenir que remediar!

Apesar do feno-em-pé ser uma técnica simples, o pecuarista deve estar atento para algumas orientações, a fim de aproveitar ao máximo os benefícios dessa medida preventiva. Com ela, será possível armazenar alimento e, até mesmo, propiciar um ganho de peso no animal durante o inverno. O pastejo diferido ou feno-em-pé, consiste em reservar uma área, vedada ao gado, para que a pastagem cresça. Essa área deve ser proporcional à quantidade de gado da propriedade: em geral, um hectare (ha) de pasto para cada animal com peso em torno de 450Kg (uma unidade animal).

As forrageiras mais indicadas para o pastejo diferido e que apresentam menor perda de valor nutritivo são a Brachiaria decumbens e a Brachiaria brizantha (cv. Marandu). Já as cultivares dos gêneros Panicum - como Tanzânia, Mombaça, Vencedor, Centenário e Aruana - e Andropogon, não são recomendadas para o feno-em-pé, pois apresentam caules grossos.

Para se obter uma maior produção com melhor qualidade, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, recomenda que o feno-em-pé seja feito de forma escalonada. Segundo a pesquisadora em manejo de pastagens, Valéria Pacheco Euclides, da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande/MS), o ideal é dividir a área de diferimento em duas partes: 1/3 dela será reservada em fins de janeiro e início de fevereiro, cujo pasto servirá de alimento para o gado nos meses de junho e julho, e os 2/3 restantes devem ser vedados entre fevereiro e início de março, para fornecer alimentação em agosto e setembro. A área reservada primeiro deverá ser menor porque esse período é mais favorável ao crescimento da forrageira.

Outra sugestão da pesquisadora é que se faça, já na época de vedação da área, a adubação nitrogenada, com aplicação de, pelo menos, 100Kg/ha de uréia em cobertura. O produtor dessa região que quer estar sintonizado com as orientações do mercado da pecuária de corte, mais especialmente o de exportação, que vem sendo favorecido pela derrubada recente de barreiras sanitárias para comercialização de carne, não pode abrir mão de técnicas simples e vantajosas como a do feno-em-pé. Essa técnica irá garantir que o gado não perca peso, favorecendo a produção do novilho precoce e de carne de qualidade, estratégias prioritárias do governo federal para incrementar a exportação de alimentos.

Jornalista: Thea Tavares Embrapa Gado de Corte Telefone: (67) 768-2023 / 768-2142 E-mail:thea@cnpgc.embrapa.br  

Tema: Produtos Agropecuários\Pecuária e Pastagens\Gado de Corte 

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