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Vídeo mostra segunda geração de transgênicos no Brasil

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A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) está lançando um novo vídeo no mercado: "Os Benefícios da Biotecnologia para os Consumidores - A Segunda Geração das Plantas Geneticamente Modificadas". A fita mostra o avanço das mais recentes pesquisas desenvolvidas pela Empresa na área de Biotecnologia, como plantas de soja e de milho que sintetizam genes de insulina e do hormônio de crescimento humano, o feijão tolerante ao vírus do mosaico dourado e o mamão resistente ao vírus da mancha anelar.

O vídeo está sendo distribuído gratuitamente pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e pode ser solicitado pelo e-mail genebio@cenargen.embrapa.br, pelos telefones (61) 448-4768 e 448-4769 ou ainda pelo fax (61) 448-4770. Quem preferir, pode ver o vídeo on line pelo site www.biotecnologia.com.br, na seção Biovídeo.

Plantas que produzem hormônio e insulina
A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e o Centro de Bioquímica Molecular e Engenharia Genética da Unicamp conseguiram produzir plantas geneticamente modificadas de soja que sintetizam genes do hormônio de crescimento humano e insulina, e plantas geneticamente modificadas de milho que sintetizam genes do hormônio do crescimento humano.

O projeto tem por objetivo principal utilizar plantas como biorreatores na produção de fármacos de interesse sócio-econômico, em grande escala, com custos reduzidos e seguros para a saúde humana. As plantas geneticamente modificadas de soja estão sendo pesquisadas nos laboratórios da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília, DF, e as plantas de milho nos laboratórios da Unicamp, em Campinas, SP. Análises bioquímicas e moleculares realizadas pelos pesquisadores das duas instituições envolvidas neste projeto confirmaram a presença dos genes introduzidos no genoma das plantas de soja (EMBRAPA) e milho (Unicamp), e ainda que a produção do hormônio do crescimento humano no milho se dá na mesma conformação encontrada em seres humanos.

Estas plantas geneticamente modificadas de soja e de milho ainda estão em fase de avaliação dos níveis de produção das proteínas do hormônio de crescimento e da insulina, e estão sendo cultivadas somente em casas-de-vegetação (estufas herméticas) da Embrapa e da Unicamp. Elas visam somente à produção de fármacos e não serão utilizadas na alimentação do homem ou de animais. Todas as etapas deste projeto estão sendo acompanhadas pelos cientistas e técnicos da comissão Técnica Nacional de Biossegurança, de acordo com o que estabelece a Lei de Biossegurança nº 8.974/95.

Mamão resistente ao vírus da mancha anelar
Em todas as regiões produtoras de mamão do mundo, o vírus da mancha anelar é a pior doença desta cultura, já que, ao prejudicar o processo de fotossíntese, reduz o tamanho das plantas e das folhas, imputando perdas significativas aos frutos. Em geral, logo após o aparecimento dos primeiros sintomas - quatro a sete meses de cultivo - o vírus pode provocar até 100% de perdas.

Os frutos de mamão contaminados não são aceitos em mercados importadores mais exigentes, como os do Japão e EUA. No Brasil, a doença vem comprometendo seriamente a qualidade das variedades mais consumidas, como papaya e formosa, nas suas duas principais regiões produtoras: Sul da Bahia e Norte do Espírito Santo, responsáveis por 80% da produção nacional.

A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília) e a Embrapa Mandioca e fruticultura (Cruz das Almas, BA) conjugaram esforços num projeto de pesquisa para tornar o mamão resistente à doença e reverter este quadro. O projeto visa a produzir plantas transgênicas resistentes ao vírus da mancha anelar, através da introdução do gene da capa protéica do próprio vírus, para funcionar como se fosse uma espécie de "vacina".

O vírus da mancha anelar é transmitido por diversas espécies de insetos afídeos (pulgões), de uma forma não persistente, o que torna o controle muito difícil, como explica o pesquisador Manoel Souza, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia: "Os insetos ficam pouco tempo nas folhas e ainda que o inseticida seja aplicado sistematicamente, o controle será pouco eficiente, pois os insetos já terão infectado duas ou três plantas".

Segundo Manoel Souza, não existe nenhuma resistência natural de espécies de mamão Carica papaya ao vírus no Brasil. Algumas espécies do gênero Carica apresentam genes de resistência só que não produzem material comestível. A engenharia genética tem se mostrado realmente a única ferramenta capaz de produzir plantas resistentes a este patógeno, o que além de melhorar a produção e a produtividade, vai contribuir significativamente para diminuição da aplicação de defensivos agrícolas nas culturas de mamão", ressalta o pesquisador.

Ele acrescenta que os testes que estão sendo realizados com o mamão transgênico em casas-de-vegetação e no campo da Embrapa têm se mostrados bastante promissores. Faltam ainda mais pesquisas para concluir o projeto.

Feijão tolerante ao vírus do mosaico dourado
O vírus do mosaico dourado é a pior doença da cultura do feijão, já que ocorre em quase todas as regiões brasileiras e pode causar perdas de até 100% na produção. No Planeta, apenas as áreas de clima temperado é que estão livres deste vírus, porque não possuem as condições climáticas favoráveis à proliferação da mosca-branca, inseto-praga que é o seu principal vetor. Assim, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e a Embrapa Arroz e Feijão se uniram, em 1992, para desenvolver plantas tolerantes a esta doença, empregando a metodologia de seqüência "anti-sense", que consiste na introdução de um fragmento do vírus do mosaico dourado para bloquear o RNA do próprio vírus, o que funciona como uma espécie de "vacina".

Segundo o pesquisador Francisco Aragão, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, esta metodologia possibilitou a obtenção de plantas de feijão tolerantes ao vírus do mosaico dourado, o que significa dizer que elas possuem os sintomas, mas de forma fraca. "O vírus conseguiu se reproduzir dentro da planta de forma ineficiente, tardiamente e com baixo índice de infecção", explica Francisco. Mas ainda não é o ideal para os pesquisadores Francisco Aragão e Josias Faria (Embrapa Arroz e Feijão) que buscam desenvolver plantas imunes à doença. Por isso, resolveram empregar a metodologia de transdominância letal, que consiste na introdução da replicase (proteína que replica o DNA viral) do vírus na planta.

Os testes desta metodologia em protoplastos (células isoladas sem parede) de feijão foram bastante satisfatórios, já que comprovaram a inibição da replicação do vírus dentro das células. Foram obtidas as primeiras plantas transgênicas que já começaram a ser "desafiadas", ou seja, expostas a moscas-brancas que possuem o vírus do mosaico dourado.

Jornalista: Paulo Euler Teixera Pires e Robinson Cipriano da Silva Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Telefone: (61) 448-4769 / 448-4770. E-mail: peuler@cenargem.embrapa.br  

Tema: Atividades Temáticas\Biotecnologia 

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