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Capim Massai é uma nova cultivar para diversificação de pastagens tropicais

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Recentemente, um problema denominado de "morte súbita de pastagens" alarmou os produtores rurais de vários Estados brasileiros. Pastos cultivados com apenas uma ou duas espécies de forrageiras estavam morrendo. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, montou uma equipe, formada por pesquisadores de várias unidades da empresa, que elaborou um relatório com um diagnóstico da situação: "seca prolongada", "baixa fertilidade do solo", "falta de um manejo de manutenção adequado" e, possivelmente, o "ataque de cigarrinhas das pastagens em algumas regiões" estão entre as causas de um problema que se transformou em pesadelo para pecuaristas do Brasil Central Pecuário.

O fato chamou a atenção dos empresários rurais para a necessidade da diversificação dessas áreas, com forrageiras adaptadas às condições de clima e solo locais. A nova cultivar de Panicum maximum da coleção da Embrapa Gado de Corte, que tem sede em Campo Grande, é justamente mais uma alternativa de forrageira para a diversificação de pastagens tropicais.

O capim Massai é uma gramínea de múltiplo uso, podendo ser ofertada a bovinos, eqüinos e ovinos. Em testes de comparação com outros Panicuns, o capim Massai mostrou-se vantajoso por apresentar melhor cobertura de solo, melhor persistência em solos com baixos níveis de Fósforo, maior tolerância em áreas com grande concentração de alumínio e por apresentar mais resistência à cigarrinha-das-pastagens. Seu sistema de raízes é mais adaptado às condições adversas do solo, como a baixa fertilidade e a escassez de água. A média de 5 anos de avaliação desse material aponta que, sob pastejo, o capim Massai gera uma produtividade de 620 Kg de peso vivo por hectare ao ano.

Histórico - O nome Massai remete à tribo africana que habita o local de onde a gramínea é nativa. Esse Panicum foi coletado, pela primeira vez, pela empresa de pesquisa francesa Orstom, em 1969, na Tanzânia – África Oriental, e trazido para o Brasil, por meio de um programa de colaboração dessa empresa à Embrapa Gado de Corte em 1982.

Desde 1990, a equipe de pesquisadores da área de pastagens da Embrapa Gado de Corte vem desenvolvendo pesquisas voltadas para o lançamento de novas cultivares de forrageiras. Dessas pesquisas, já resultou o lançamento do capim Tanzânia (1990) e do Mombaça (1993) e, na seqüência, o Massai.

Nestes anos de pesquisa, o Massai foi submetido a testes de adaptação em diversas regiões brasileiras e obteve bons resultados em todas estas. É o caso dos Estados do Acre, Piauí, Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Tocantins e Rondônia.

Boi verde - Diversificação, múltiplo uso e sustentabilidade são palavras-chave para definir a nova forrageira desenvolvida pela Embrapa Gado de Corte. Para a pesquisadora que coordena a avaliação com animais dessa cultivar, Valéria Pacheco Batista, "o desempenho satisfatório do capim Massai, associado a outras importantes características de adaptação que ele possui, faz dessa cultivar uma forrageira promissora para a diversificação de áreas de pastagens e a viabilização da sustentabilidade de sistema de produção de bovinos de corte".

Para saber mais: Massai: é o africano negro, habitante da África Oriental, Quênia e Tanzânia, de estatura elevada, fino de corpo e que ocupa savana de baixa pluviosidade (fonte: FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda, Novo Aurélio Século XXI: o dicionário da língua portuguesa – terceira edição, RJ, Nova Fronteira, 1999).

Jornalista: Thea Tavares Embrapa Gado de Corte Fone: (67) 768-2023 e 763-2700 E-mail: thea@cnpgc.embrapa.br  

Tema: Produtos Agropecuários\Pecuária e Pastagens\Pastagens 

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