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Empresas começam a ser treinadas para reduzir agrotóxicos em mangueiras

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Pesquisadoras da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, estão treinando técnicos de empresas privadas para o monitoramento de pragas e doenças na cultura da manga. O treinamento integra o Programa de Produção Integrada de Frutas, desenvolvido pela Embrapa e pela Valexport, que pretende racionalizar o uso de pesticidas nos pomares de manga e uva no Pólo de Irrigação de Juazeiro(BA)/Petrolina (PE) e assegurar a manutenção das exportações brasileiras dessas frutas para os mercados americano e europeu, principalmente. O treinamento está acontecendo na fazenda Fruitfort, em Petrolina (PE), de 13 a 15 de fevereiro.

Segundo a pesquisadora Flávia Rabelo, da Embrapa Semi-Árido (Petrolina/PE), a partir de 2003 as frutas brasileiras enfrentarão sérias limitações de comercialização no mercado externo se a intensidade de aplicações de inseticidas e fungicidas nos pomares continuar sendo mantida. Para ela, os importadores estão ficando cada vez mais exigentes com relação à qualidade das frutas in natura e à ausência de resíduos agrotóxicos nas mesmas. Essas exigências, afirma a pesquisadora, obriga os produtores a adotarem um conjunto de medidas de controle de pragas, que resultam na diminuição da aplicação de pesticidas e na convivência com essas pragas, em um nível que não provoque danos econômicos.

Flávia explica que no treinamento, feito em conjunto com a pesquisadora Selma Cavalcanti, há duas questões básicas para os técnicos apreenderem. A primeira diz respeito à quantidade de plantas necessárias para se fazer uma amostragem do nível de infestação das pragas no pomar. Uma tabela, apresentada aos treinandos, esclarece que essa amostragem é feita com base na área cultivada. Como exemplo, ela cita que, numa área de 1 a 5 hectares, o universo de amostragens deve se resumir a 10 plantas, escolhidas de maneira aleatória num percurso em forma de "zig zag" dentro da área amostrada.

Feito o levantamento das plantas a serem amostradas, o técnico deve proceder o monitoramento da intensidade de infestação das diversas pragas em várias partes da planta. No caso do microácaro da mangueira, a pesquisadora esclarece que o produtor precisa monitorar, semanalmente, apenas a fase de brotação - ao contrário da infestação da mosquinha da manga, que exige o monitoramento semanal na brotação, nas folhas novas, nos ramos, nas inflorescências e frutos (nas duas últimas partes, deve-se monitorar duas vezes por semana).

Esse monitoramento, diz Flávia, vai indicar o nível de infestação das pragas na cultura. e revelar a necessidade de pulverizações com inseticidas ou não. No caso do microácaro da mangueira, se a infestação anotada for de menos de 5% de ramos com superbrotamento, não será preciso pulverizar o pomar. O mesmo se dá no caso da mosquinha da manga: se a presença do inseto for menor do que 10% de ramos infestados (ráquis, haste, brotações e/ou folhas novas) e menor que 2% de inflorescências e/ou frutos, torna desnecessário a pulverização. No treinamento, as pesquisadoras vão apresentar uma tabela para todas as pragas que incidem sobre a cultura da manga.

No período de 97 a 99, o Brasil exportou 19.193 t de uva: 95% delas foram colhidas em pomares do Polo de Juazeiro e Petrolina. E, das 116.320 t de manga exportadas, 85,5% têm a mesma origem. Do valor obtido com essas exportações, 104 milhões de dólares, nada menos que 95 milhões de dólares (91%) foram capitalizados por produtores do Polo. O incremento desse desempenho da fruticultura regional depende de medidas que resultem no uso racional de produtos químicos como os pesticidas e fungicidas. O Programa de Produção Integrada de Frutas, realizado pela Embrapa e a Valexport, em algumas áreas onde está instalado já conseguiu reduzir em 70% o uso desses produtos, sem perda de qualidade das frutas. Jornalista: Marcelino Ribeiro - Embrapa Sem-Árido Fone: (81) 3862-1711 ramais 234 e 235 E-mail: marcelrn@cpatsa.embrapa.br  

Tema: Fatores e Insumos\Fertilizantes e Adubação Orgânica 

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Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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