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Biodegradação de poluentes é tema de workshop

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Com o objetivo de expandir os conhecimentos em recuperação de terras degradadas, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, vai realizar, de 18 a 20 de junho de 2001 o II Workshop sobre Biodegradação, abrangendo temas como a degradação de vários poluentes, como os metais pesados e pesticidas, corantes da indústria têxtil, superfícies pintadas e petróleo. Também serão discutidas as pesquisas para a utilização de tecnologias mais baratas a serem empregadas em solos e águas subterrâneas contaminadas por xenobióticos.

Os estudos sobre biodegradação de poluentes no Brasil são recentes. A Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna/SP), uma das pioneiras neste sentido, começou suas pesquisas há apenas seis anos. Mas é um primeiro e grande passo para replicar e lançar no meio ambiente microrganismos capazes de degradar poluentes orgânicos (incluindo os agrotóxicos) e outras substâncias tóxicas.

Como a maioria dos agrotóxicos utilizados na agricultura é resistente em sua decomposição e provoca alterações no equilíbrio ecológico, pesquisadores da Embrapa desenvolveram meios para multiplicar microrganismos (fungos, bactérias e actinomicetos) em laboratório e inoculá-los em áreas contaminadas, acelerando assim o processo de biodegradação, que por vias normais (somente a ação dos próprios microrganismos já presentes no solo) demoraria muito mais tempo. Para se ter uma idéia, um produto químico demora anos para ser biodegradado, como por exemplo o DDT (21 anos); Dieldrin (cerca de 20 anos); Simazina (20 anos) e BHC (16 anos). Assim, com a utilização destes microrganismos é possível reduzir este tempo para apenas alguns meses.

A Embrapa conseguiu bons resultados com fungos degradadores dos fungicidas Benomil e Carbendazim. Em uma semana, estes fungos conseguem degradar cerca de 60% do produto adsorvido no solo. O Benomil é um fungicida que penetra no sistema circulatório da planta e pode causar mutação nos fungos biodegradadores. É utilizado contra a podridão do morango, maçã e uva e para controle de fungos patogênicos (causadores de doenças em plantas), que persistem durante meses no solo. Foram isolados então, de acordo com os pesquisadores, fungos e bactérias que são capazes de degradar o produto em moléculas menos tóxicas, permitindo uma "limpeza" da área contaminada.

Assim, estes microrganismos proporcionam o desaparecimento completo do poluente, sem deixar resíduo, possibilitando o cultivo de diversas culturas em um mesmo solo. Isto acontece, porque se o produtor planta um mesmo tipo de cultura durante anos seguidos, por exemplo a cana-de-açúcar, e utiliza um herbicida específico durante este tempo, mais tarde fica difícil o cultivo, por exemplo do amendoim ou algodão na mesma área, pois ele terá problemas com os resíduos do herbicida utilizado anteriormente.

Outro produto inserido no estudo, bastante resistente à degradação, é o herbicida Diuron, que controla as plantas daninhas, principalmente nas culturas de cana-de-açúcar e milho. Os pesquisadores já isolaram bactérias (Acinetobacter spp.) capazes de promover uma biodegradação deste produto em quase 80%. O tempo de recuperação de terras degradadas pelo uso intensivo de agrotóxicos pode ser reduzido entre dez e cem vezes, graças à inoculação de fungos e bactérias na área contaminada.

O evento tem taxas de inscrição específicas para estudantes; profissionais de instituições públicas e universidades públicas ou privadas e; empresas privadas. Trabalhos científicos também poderão ser apresentados, mediante seleção a ser realizada pela Comissão Técnica. Para receber o programa completo do Workshop com a ficha de inscrição, bem como obter mais informações entre em contato com a Área de Comunicação e Negócios da Embrapa Meio Ambiente pelo tel.: (19) 3867.8710; fax: 3867.8740 e email: sac@cnpma.embrapa.br A programação do Workshop e informações atualizadas estarão disponíveis também no site www.cnpma.embrapa.br/workshop

Jornalista: Eliana Lima (MTb 22047) Embrapa Meio Ambiente Tel.: (19) 3867.8708 - E-mail: elima@cnpma.embrapa.br  

Tema: Atividades Temáticas\Meio Ambiente 

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/