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Amarelinho continua avançando em pomares cítricos da Bahia e do Sergipe

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A Clorose Variegada dos Citros (CVC), causada pela bactéria Xylella fastidiosa, é uma das principais doenças da citricultura na região Centro-Sul do Brasil (especialmente nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná) e potencialmente uma ameaça à citricultura do Nordeste, principalmente à do Estado da Bahia, onde já se encontra instalada desde 1995 nos municípios de Itapicuru, Rio Real e Jandaíra.

A bactéria entope os vasos condutores de alimentos para a planta, causando manchas cloróticas nas folhas, diminuição no crescimento e redução drástica no tamanho dos frutos. Também conhecida por "amarelinho", a doença endurece os frutos quando eles atingem o tamanho de uma bola de pingue-pongue, não prestando para a indústria de suco, ou para o consumo natural.

Levantamentos realizados por técnicos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, demonstram que a situação atual da disseminação da doença aumentou em quase 10% a sua severidade, sendo encontrada em todas as propriedades visitadas em maior ou menor intensidade. Propriedades que em 1999 apresentavam um grau de severidade em torno de 3%, neste ano já perdem 10% dos frutos por caminhão de laranja vendido. "Significa um caminhão para cada dez caminhões de laranja vendidos", diz o pesquisador Hermes Peixoto, da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas/BA).

Os maiores prejuízos vêm ocorrendo em pomares com menos de oito anos e pela distribuição espacial da doença. "Nesses casos a disseminação foi feita por muda contaminada", detalha. Como a doença é transmitida por cigarrinhas, o problema torna-se mais grave. Estudos realizados pela equipe do Laboratório de Entomologia da Embrapa já identificaram 21 espécies de cigarrinhas, das quais, duas delas, B. xanthopis e P. corniculata, são comprovadamente vetoras da bactéria causadora do "amarelinho".

"A Embrapa avaliou todas as suas matrizes cítricas constatando a ausência da bactéria e isolou essas matrizes em casas de vegetação teladas, para manter a limpeza fitossanitária caso a doença apareça na região do recôncavo", acrescenta Peixoto. Os levantamentos que a Embrapa está fazendo na região de ocorrência são apenas instrumentos de pesquisa da estatal. "Precisamos realizar levantamentos semelhantes em todas as regiões em que os citros são plantados, principalmente em municípios limítrofes com outras estados", diz o fitopatologista.

Jornalista: Dalmo Oliveira Embrapa Mandioca e Fruticultura Telefone: (75) 721.2120 - Ramal 215 Fax: (75) 721.1118 E-mail: dalmo@cnpmf.embrapa.br  

Tema: Produtos Agropecuários\Frutas\Tropicais 

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