01/04/01 |

Pesquisadores criam algodão colorido

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A primeira cultivar brasileira de algodão com fibras geneticamente coloridas será apresentada pelo Ministério da Agricultura e do Abastecimento, como parte das comemorações do 28º aniversário da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Trata-se da BR 200 Marrom, obtida por meio de melhoramento genético tradicional.

A nova cultivar tem ciclo produtivo de três anos, e por ter sido selecionada a partir de algodoeiros arbóreos nativos do semi-árido nordestino, possui alto nível de resistência à seca. Apresenta produtividade 64% superior às cultivares de algodão mocó e seu rendimento, em lavouras comerciais, pode chegar a 1700 quilos/ha. Apresenta vantagens em relação às fibras coloridas de outros países por ter fios com boa resistência, podendo ser fiada em equipamentos modernos com até 110 mil rotações por minuto.

Constitui-se, portanto, em uma excelente alternativa de renda para os pequenos produtores do semi-árido nordestino, que tradicionalmente cultivam milho e feijão, com baixas produtividades, apenas para subsistência. Para agilizar o repasse de tecnologias de cultivo do algodão colorido aos pequenos produtores daquela região, a Embrapa firmou contrato de parceria com o Consórcio Natural Fashion, de Campina Grande, Paraíba, constituído de 10 micro e pequenas empresas do ramo de confecção e decoração.

A parceria, já no primeiro ano, tem resultados animadores. está resgatando a produção de algodão nas terras do semi-árido, onde a cultura tinha praticamente desaparecido. Conseqüência dos altos custos de manutenção das lavouras formadas com cultivares arbóreas, da baixa produtividade das plantações e de inúmeras outras dificuldades, como a de competir com o algodão produzido em outras regiões.

A Embrapa Algodão (Campina Grande-PB), onde a cultivar foi criada, credenciou, na safra 1999/2000, 50 pequenos produtores para a multiplicação de sementes, o que ocorreu em uma área entre 4 e 5 mil hectares. Toda a produção (30 toneladas) foi comprada pela Empresa, como forma de incentivar os produtores. A Embrapa estima que foram beneficiadas 1.000 famílias de baixa renda. A partir da próxima safra, a área de multiplicação de sementes da BR 200 deve ser ampliada e os produtores devem entrar no mercado, comercializando sua produção.

Atualmente, a Embrapa está desenvolvendo sistema de produção de algodão colorido orgânico, sem uso de produtos químicos industrializados. O controle de pragas, doenças e plantas daninhas é feito por meio de métodos biológicos. Também estão sendo desenvolvidos novos tipos de algodão, como o de cor verde e de outras cores, com destaque para o marrom herbáceo, para as demais regiões produtoras do Brasil e um programa de melhoramento genético para a obtenção de cultivares de fibra de outras cores como azul e tipos multicores será iniciado.

A produção brasileira de algodão em pluma é de 358,2 mil toneladas, para um consumo de 950 mil toneladas. Na safra 1999/2000, a área plantada com algodão foi de 823,8 mil hectares. O Nordeste plantou 249 mil hectares e produziu cerca de 84,4 mil toneladas do produto em pluma. Na safra passada foram disponibilizadas 70 toneladas de sementes do algodão colorido BRS 200 Marrom, o que corresponde a uma área plantada de 4 mil hectares. A área potencial para os próximos anos é de 300 mil hectares em todo o semi- árido nordestino. A Embrapa investiu, no ano passado, R$ 10,1 milhões na pesquisa de algodão.

Jornalista Sandra Zambudio - MTb 939/81/PR (61) 448-4012 - zambudio@sede.embrapa.br Assessoria de Comunicação Social - www.embrapa.br  

Tema: A Embrapa\Eventos 

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