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Pesquisa aponta eficiência de fitorreguladores para cultura do abacaxi

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O abacaxizeiro é a fruteira tropical que possui um processo de florescimento natural dos menos uniformes, tornando sua produção uma das mais exigentes em termos de tratos culturais. A temperatura ambiente, o nível de insolação e o período de disponibilidade de luz que cada região oferece ao plantio são fatores decisivos para a floração. Uma pesquisa recentemente concluída pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, pode ser a mais nova alternativa para o agricultor, mais uma vez, driblar a natureza.

O estudo, resultado da tese de doutoramento do pesquisador Getúlio Augusto Pinto da Cunha, da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas/BA), defendida na Universidade Federal do Ceará, demonstrou a importância de uma nova técnica, que consiste no manejo de inibidores do crescimento vegetativo das plantas, chamados de "fitorreguladores", que interferem na produção natural de etileno no abacaxizeiro, considerado fator indutor da diferenciação floral. "A floração natural, principalmente quando precoce, apresenta uma série de inconvenientes, tendo sido registrados índices de até 80% de incidência, causando graves prejuízos em todas as regiões produtoras de abacaxi no mundo inteiro", relata Getúlio, que investigou o problema de 95 a 99, na variedade Pérola, a mais plantada no país.

O pesquisador conduziu tratamentos com os seguintes fitorreguladores: ácido propiônico, paclobutrazol, cloreto de epiquat, ácido giberélico, tebuconazole, propaconazole e uréia, todos com capacidade de inibir, reduzir ou atrasar a ocorrência da floração natural precoce. "Esperamos que esse controle dê ao produtor a possibilidade de conduzir seu pomar em níveis compatíveis com a exploração econômica dessa cultura", garante.

A importância da nova tecnologia para a abacaxicultura pode ser medida pelo parâmetro econômico, já que se trata da terceira fruta tropical mais cultivada no Brasil, sendo o pérola a variedade cultivada em 80% da área comercial plantada no país. Estudos semelhantes ao realizado pela Embrapa Mandioca e Fruticultura estão sendo desenvolvidos também por institutos de pesquisa no Havaí, México, Austrália e França.

A nova metodologia vai dar condições de os agricultores evitarem a diferenciação floral nos meses favoráveis, pela inibição do processo de biossíntese do etileno, ou bloqueio de sua atuação na planta. Segundo o pesquisador, o tratamento com fitorreguladores não interfere de modo significativo no desenvolvimento das plantas de abacaxi, garantindo que se desenvolvam com um porte adequado, produzindo um fruto dentro do padrão comercial.

A Embrapa deve partir agora para testar a técnica nas diversas regiões produtoras do Brasil, já que os resultados foram obtidos em experimentos cultivados apenas no município de Cruz das Almas (BA). Uma outra etapa do trabalho será adequar a tecnologia a outras variedades, a exemplo da Smooth Cayenne.

Jornalista: Dalmo Oliveira Embrapa Mandioca e Fruticultura Telefone: (75) 721.2120 - Ramal 215 Fax: (75) 721.1118 E-mail: dalmo@cnpmf.embrapa.br http://www.cnpmf.embrapa.br/jornal/index.htm  

Tema: Produtos Agropecuários\Frutas\Tropicais 

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