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Especialistas japoneses avaliam projeto de pesquisa de pera japonesa no RS e SC

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A produção de pêra japonesa no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina ganhará um novo reforço a partir da próxima semana. Uma missão da Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) chega a Pelotas (RS) no dia 19 para avaliar e renovar o projeto de pesquisa em horticultura para pequenos produtores no Sul do Brasil, desenvolvido em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, e a Empresa de Pesquisa e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri).

Atualmente os pomares gaúchos e catarinenses somam 111 hectares da fruta. Mas com os recursos técnicos e financeiros da instituição japonesa será possível incrementar em até 10 vezes essa área. Embora o projeto em horticultura exista desde 1996 e mais de US$ 500 mil já tenham sido destinados à Embrapa Clima Temperado (Pelotas/RS), é nesta fase que serão definidos (além de sua renovação) pontos básicos para a introdução da pêra japonesa em uma área considerada ideal para competir com produto importado: 1 mil hectare.

"Com essa área será possível produzir 20 mil toneladas de pêra japonesa, volume necessário para atender à demanda do mercado interno. Hoje importamos pêra européia da Argentina e do Chile, mas a japonesa ou asiática remunera melhor o produtor, tem mercado potencial e sabor que agrada o gosto do consumidor brasileiro", assegura o pesquisador Flavio Herter, da Embrapa Clima Temperado. Segundo ele, ela é mais doce, suculenta, sem a acidez característica da fruta e tem a polpa mais crocante.

Com as variedades da pêra asiática, o produtor tem o quilo da fruta valorizado em até R$ 1,00 . Na safra 2000/2001 o fruticultor Toshio Owatari, do município gaúcho de Canguçu, colheu 4 toneladas em um pomar de 1,5 hectare. A média de preço paga ao produtor ficou em R$ 0,80. Conforme Herter em colheitas anteriores o preço chegou a R$ 1,50 o quilo. Essa valorização e o potencial do mercado são argumentos dos pesquisadores para que os pequenos agricultores invistam nessa variedade.

Em Pelotas, os especialistas da Jica discutirão a nova fase do projeto, os principais entraves à produção de pêra e maçã e a potencialidade das duas culturas no sul do país. A missão japonesa permanecerá no município dias 19 e 20. O grupo terá reunião com a chefia da Embrapa Clima Temperado, visitará as estações experimentais da unidade e também conhecerá a propriedade do fruticultor Toshio Owatari.

O projeto de pesquisa tem como objetivo melhorar as tecnologias para o cultivo da macieira e promover a expansão do cultivo da pêra japonesa por meio de técnicas adequadas ao Sul do Brasil. São desenvolvidas pesquisas nas áreas de seleção e avaliação de cultivares e porta-enxertos, técnicas culturais, proteção de plantas, fertilização, entre outros. O governo japonês contribui com o fornecimento de equipamentos, assessoramento técnico e treinamento de pesquisadores brasileiros no Japão. O governo brasileiro viabiliza as condições para operacionalização do projeto.

Existem hoje 1.100 hectares que cultivam pêra (européia e asiática) no país, que geram uma produção anual em torno de 19 mil toneladas. Esse total que não consegue abastecer o mercado interno, já que o Brasil importa 170 mil toneladas da fruta anualmente, sendo que 50 toneladas são de pêra japonesa. O Chile é o maior exportador do produto para o país.

Jornalista: Deva Rodrigues (MTB/RS 5297) Embrapa Clima Temperado Telefone: (53) 275-8113 ou 275-8215 E-mail: deva@cpact.embrapa.br  

Tema: A Embrapa\Cooperação Internacional 

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