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Seminário debaterá segurança alimentar e resgate da cultura dos índios Krahô

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O resgate e a conservação de variedades de espécies vegetais utilizadas pela comunidade indígena Krahô, localizada na região nordeste do Estado do Tocantins, poderá contribuir para acabar com as crises sazonais de fome nas 17 aldeias Krahôs. Esse trabalho, desenvolvido em conjunto pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, Fundação Nacional do Índio (Funai) e União das Aldeias Krahô (Kapey), será tema do Seminário Krahô - Segurança Alimentar e Resgate Cultural com Preservação dos Recursos Genéticos e da Biodiversidade. O evento será realizado nos dias 27, 28 e 29 de junho, no Espaço Cultural Theatro Fernanda Montenegro, em Palmas (TO).

O seminário, que terá a participação dos caciques das 17 aldeias Krahô, vai debater questões referentes à segurança alimentar, tendo como base o estudo dos vegetais típicos da comunidade Krahô. Além disso, serão discutidos aspectos técnicos e legais, que poderão incrementar a adoção de medidas que possibilitem a sistematização do cultivo ao longo de todo o ano, evitando, dessa forma, o surgimento de períodos de escassez de alimentos. A programação do cultivo respeitará a tradição e a cultura da comunidade Krahô.

Segundo a pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília-DF), Terezinha Dias, "esse trabalho vai auxiliar os índios a se manterem em suas aldeias, fazendo com que os hábitos culturais sejam transmitidos para as gerações mais jovens". A primeira ação, que começou a ser implantada no ano passado, consiste na coleta de germoplasma nas roças e quintais das aldeias. Com isso, a Embrapa criou um banco de germoplasma, onde ficam armazenadas sementes e mudas de várias espécies nativas, como mandioca, batata-doce e inhame. Esse material fica à disposição das comunidades indígenas.

Além de pesquisadores da Embrapa, também estarão presentes ao evento indigenistas, representantes do Ministério Público Federal, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e de instituições de financiamento, como o Banco do Brasil, o Banco da Amazônia e. "O nosso objetivo é dar visibilidade ao projeto, buscando apoio financeiro, além de reunir todas as pessoas e entidades que trabalham diretamente com os Krahô", acrescenta a pesquisadora.

Histórico - A fome começou a assolar as aldeias com a chegada de hábitos culturais do homem branco. Os índios substituíram a sua maneira tradicional de produzir, o que ocasionou o abandono do cultivo de algumas espécies nativas. Em 1995, integrantes da comunidade Krahô resgataram junto à Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia sementes de milho que estavam armazenadas no Banco de Germoplasma. "Depois disso, outras comunidades já nos procuraram para realizarmos o mesmo trabalho", diz Terezinha, referindo-se à solicitação dos índios Xavantes.

As 17 aldeias Krahô ocupam uma área de 320 mil hectares e contam com uma população de 2000 índios. "Esse número chegou a ser bem menor, com apenas 500 habitantes", esclarece Terezinha Dias.

Assessoria de Comunicação Social da Embrapa Jornalista Alexandre Campos (MTb 4753/14/76/DF) Fone: (61) 448-4012 silveira@sede.embrapa.br  

Tema: A Embrapa\Eventos 

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