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Tecnologias de irrigação podem ajudar no racionamento de energia e de água na produção agrícola

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Em tempos de racionamento de energia elétrica e escassez de água, a questão da produção agrícola é um dos gargalos mais preocupantes no que diz respeito à geração de riqueza no país. A atividade agrícola, ao longo das últimas décadas, tem sido o sustentáculo de equilíbrio da balança comercial brasileira, registrando superávites sucessivos. Para manter essa performance, o agronegócio nacional, mais do que nunca, vai precisar lançar mão de tecnologias disponíveis para a produção de alimentos. Nesse sentido, uma das áreas mais demandas será a irrigação.

A fruticultura irrigada, por exemplo, é uma atividade que já dispõe de um estoque tecnológico razoável, mas ainda pouco utilizado pelos produtores. Os especialistas avaliam que, seguindo rigidamente as orientações técnicas, os produtores podem diminuir talvez até mais 20% o consumo de energia elétrica nas práticas de irrigação.

Mal habituado com a abundância de água, o fruticultor brasileiro que irriga seus pomares não segue as recomendações técnicas para uma irrigação racional e gasta, pelo menos, 30% a mais de água, praticando um molhamento excessivo do terreno. "O agricultor brasileiro quer ver o chão encharcado", observa o pesquisador Eugênio da Silva Coelho, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento.

Outro erro comum no campo é não fazer uma diferenciação das necessidades de água das diferentes culturas. "Ocorre que se irriga de uma mesma maneira culturas que sofrem pelo estresse hídrico de forma diferenciada", explica Eugênio. Nessa perspectiva, culturas como mamão, banana e maracujá são bem mais exigentes em água do que os citros, o abacaxi e a acerola. Além disso, o irrigante não leva em consideração ainda fatores relacionados à idade do pomar, umidade relativa do ar e tipos de solo.

Os produtores precisam ter em mente que a irrigação total necessária deve ser entendida como sendo a quantidade de água a ser suprida pela irrigação, para complementar apenas as precipitações efetivas, ou a falta destas. Tome-se por base o mamoeiro, que cultivado em regiões com precipitações inferiores a 1000 milímetros, bem distribuídas durante o ano, torna fundamental o uso de irrigação para a obtenção de um cultivo racional e economicamente viável.

No tocante aos sistemas de irrigação disponíveis, os que mais economizam energia elétrica e água são também os mais caros. A tecnologia de gotejamento, por exemplo, é mais dispendiosa que a irrigação por sulco e por aspersão convencional, mas garante um aproveitamento mais eficiente da água.

Jornalista: Dalmo Oliveira Embrapa Mandioca e Fruticultura Telefone: (75) 721-2120 Fax: (75) 721-1118 E-mail: dalmo@cnpmfe.embrapa.br  

Tema: Sistemas de Produção\Irrigação 

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