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Embrapa desenvolve soja com sabor muito mais suave

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A soja não é mais a mesma. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, acaba de lançar uma nova soja, com o sabor muito mais suave, que visa agradar o paladar daqueles que não suportam o sabor do grão. A nova soja é o resultado de melhoramentos genéticos, por meio de cruzamentos naturais de espécies diferentes da leguminosa. Esta é a primeira conquista na busca da soja totalmente sem sabor meta que a Embrapa tem procurado alcançar nos últimos 11 anos.

A soja tem em sua composição o óleo (lipídios) e enzimas, chamadas de lipoxigenase. Quando as enzimas entram em contato com os lipídios, normalmente durante o preparo do alimento com água fria, ocorre uma reação que ativa compostos responsáveis pelo sabor característico do grão. O tratamento com calor inibe a ação destas enzimas, suavizando o sabor, e é a técnica empregada atualmente no preparo de produtos à base de soja. A leguminosa da Embrapa, por sua vez, batizada de BRS 213, dispensa o aquecimento e possui o sabor ainda mais suave comparado ao grão comum após o tratamento térmico.

A nova soja deixará as receitas ainda mais saborosas. Na forma de farinha, leite, "carne", ou in natura, a soja pode ser adicionada à culinária tradicional criando pratos saborosos e nutritivos. Da soja frita consumida como aperitivo ao bolo de laranja, passando pelo macarrão, queijo de soja, esfirras e bolachas, é possível usar e abusar do grão na cozinha. A Embrapa, por exemplo, adaptou mais de 200 receitas da culinária brasileira ao uso da soja. Também foram desenvolvidas quatro receitas para celíacos (pessoas alérgicas à proteína do trigo) e seis receitas para diabéticos.

Em 2000, foram publicadas 37 receitas no livro A Soja na Cozinha e, este ano, a publicação Mais Saúde em Sua Vida - Cozinhando com Tofu, apresentou outras 20 novas receitas.

A Embrapa também desenvolveu outro tipo de soja, a BRS 216, que possui o mesmo sabor das sojas tradicionais, mas é ideal para Natô (tipo de alimento feito de fermentação da soja, consumidos pelo japoneses). A vantagem é que ela possui mais proteínas do que as sojas comuns em torno de 43% e alta concentração de isoflavona. Esta substância atua na prevenção de diversas doenças crônico-degenerativas, tais como câncer, ameniza os sintomas da menopausa, TPM, ajuda a reduzir e controlar os níveis do colesterol.

A BRS 216 deve abrir espaço para a soja brasileira no mercado japonês. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no ano 2000 o Japão importou 530 mil toneladas de soja grão do Brasil. O Japão é um dos maiores consumidores de soja e seus derivados, e as indústrias de beneficiamento são bastante exigentes quanto à classificação das sementes. Ambas estão disponíveis no mercado no próximo ano, pois, no momento, a Embrapa está multiplicando as sementes.

Jornalistas: Elisângela Santos (Mtb 19.500) Telefone: (61) 448 4012 ou 448 4113 / elis@sede.embrapa.br Carina Gomes (Mtb 3914-PR) Embrapa Soja / Telefone: (43) 371-6067 / E-mail: carina@cnpso.embrapa.br  

Tema: Produtos Agropecuários\Grãos\Soja 

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