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Encontro debate uso de inseticidas no controle de pragas

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Pouco se sabe sobre o destino dos produtos químicos no solo e o impacto que podem causar no ambiente. Conhecendo-se alguns fatores que afetam o comportamento dos inseticidas no solo, pode-se ter uma boa idéia do tipo de contaminação da área. Esse assunto foi abordado pela pesquisadora do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (USP), Jussara Borges Regitano, durante a 8ª Reunião Sul Brasileira de Pragas do Solo, promovida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e pela Universidade Estadual de Londrina.

De acordo com a pesquisadora, cada grupo de inseticida usado no controle das pragas do solo têm um potencial de toxicidade, que quando bem manejado minimiza o impacto ambiental. "Muitos dos inseticidas usados tem potencial altamente tóxico ao homem e a outros elementos da fauna e flora. Assim, a contaminação de fontes de água com pequenas quantidades dessas substâncias pode colocar em risco a saúde humana ou causar desequilíbrio nos ecossistemas", afirma.

Um ponto importante a observar no uso de químicos para controle de pragas do solo é a presença de microorganismos (matéria orgânica), que são importantes agentes de degradação de inseticidas. Em solos rasos e arenosos ou com lençol freático superficial, pode ocorrer maior contaminação da água. A solubilidade do produto em água é outra característica a se considerar.

Pesticidas altamente solúveis, com raras exceções, tendem a se movimentar mais no solo, podendo contaminar facilmente o lençol freático da região. "Por outro lado, produtos pouco solúveis em água podem ser acumulados em tecidos gordurosos dos animais, como os peixes". O limite entre o risco de um remédio se tornar um veneno, depende da dose aplicada. "Por isso, é importante tomar cuidados para minimizar o impacto causado. Ao se optar pelo uso de um determinado inseticida, é importante conhecer as características do produto e do ambiente", recomenda.

Outro destaque da programação técnica da 8ª Reunião Sul Brasileira de Pragas do Solo, foram os relatos de ocorrências de pragas nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e São Paulo. Segundo os especialistas, nos últimos anos, houve um aumento significativo de pragas do complexo coró nas culturas do milho, trigo e soja, e também da vaquinha (Diabrotica speciosa) em milho e hortaliças. Dados levantados em Santa Catarina, por exemplo, indicam um redução de produtividade entre 200 e 600 kg por hectare causados por problemas de infestação de vaquinha na cultura do milho.

Serão debatidas ainda as influências do manejo de solo e práticas culturais - como o plantio direto e rotação de culturas – influenciam a ocorrência de pragas de hábitos subterrâneos. Também serão apresentadas novas alternativas de controle para as pragas de solo como a utilização de feromônios e iscas naturais, além das perspectivas de uso de parasitas e predadores no manejo de pragas de solo.

Jornalista: Carina Gomes (MTB 3914-PR) Embrapa Soja Fone (43) 9995-7817 E-mail: carina@cnpso.embrapa.br  

Tema: Fatores e Insumos\Solos 

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