A Embrapa, a Prefeitura Municipal de Campina Grande (PB), a Universidade Federal da Paraíba (UFPb) e a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba estão lançando hoje, dia 10 de outubro, em Campina Grande, o Projeto de Reúso de Águas Residuais Urbanas para Fins Industriais e Agrícolas - Projeto Reúso, piloto que conta com o financiamento do Banco Mundial, e que se destina ao tratamento de parte dos esgotos da cidade de Campina Grande, com reutilização das águas para irrigação e na indústria.

A solenidade de lançamento do projeto foi às dez horas da manhã, com a cessão à Embrapa, pela Prefeitura Municipal de Campina Grande, de um terreno de quatro hectares, onde serão implantadas duas usinas piloto que servirão para tratar o esgoto doméstico da cidade. Uma parte desse esgoto tratado vai servir como água de utilidades na indústria. A outra usina fará o tratamento do esgoto em diferentes níveis para utilização da água por diversos tipos de irrigação (aspersão, microaspersão, gotejamento e sulcos) em culturas que serão plantadas no terreno. Estes estudos mostrarão, no final do projeto, com duração de quatro anos, quais as influências dos diversos tipos de água na planta, no solo e no lençol freático (água do subsolo).

O Reúso é um subprojeto do Projeto Ecoágua - "Monitoramento da Qualidade das Águas para o Desenvolvimento do Semi-Árido Brasileiro", coordenado pelo pesquisador Aderaldo de Souza Silva, da Embrapa Meio Ambiente (Campinas-SP), e que faz parte do Proágua Semi-Árido, projeto do Governo Federal viabilizado pela Agência Nacional de Águas - ANA, que tem como objetivo principal garantir a ampliação da oferta de água de boa qualidade para a região do Semi-Árido Nordestino, com a promoção do uso racional desse recurso, a fim de que a escassez de água não continue a se constituir em fator que impeça o desenvolvimento sustentável da região.

Segundo o coordenador do subprojeto e pesquisador do DRM, Ricardo de Oliveira Encarnação, o município de Campina Grande foi escolhido para o desenvolvimento do Reúso, devido à grande carência de água na região, tanto na superfície quanto no subsolo. Além de insuficiente, a água existente na região é, quase na sua totalidade, de qualidade imprestável para o consumo humano. Por isso, além da implantação das usinas e do estudo da utilização das águas tratadas do esgoto, o projeto prevê um grande trabalho de formação de técnicos da região para o tratamento de esgoto, bem como orientação à população da cidade quanto à utilização racional da água.

Atualmente, o sistema de esgoto do município joga no riacho Bodocongó grande parte do material bruto coletado na cidade. Com o racionamento de água na região, devido à estiagem que vem ocorrendo nos últimos três anos, os produtores rurais que dependiam das águas do açude Boqueirão para irrigação, passaram a usar a água do riacho Bodocongó para a atividade agrícola, de péssima qualidade higiênica, inclusive para o cultivo de hortaliças.

Além de beneficiar diretamente a população alvo do Sistema Piloto, os resultados do projeto também permitirão apresentar sugestões de saneamento público ambientalmente adequado tanto para o município de Campina Grande, quanto para outros da região semi-árida nordestina. Em Campina Grande, caso o sistema atingisse todo o esgoto do município, cerca de 600 hectares de cultura poderiam ser irrigados com as águas residuais tratadas.

As Unidades da Embrapa envolvidas no projeto são o Departamento de Recursos Materiais, Embrapa Meio Ambiente, Embrapa Algodão, Embrapa Solos, Embrapa Mandioca e Fruticultura e Embrapa Hortaliças.

Assessoria de Comunicação Social da Embrapa Jornalista: Jurema Iara Campos Telefone - 448-4016 ou 448-4247 E-mail: jurema@sede.embrapa.br