01/10/01 |

Dia de campo: Novas variedades de banana serão apresentadas a produtores do Eldorado dos Carajás (PA)

Informe múltiplos e-mails separados por vírgula.

Como maior produtor nacional de banana, o Estado do Pará tem investido pesado para continuar liderando o ranking que tem como produtores subseqüentes os Estados de São Paulo, Bahia, Amazonas e Minas Gerais. E um dos grandes desafios é controlar os problemas fitossanitários, principalmente a sikatoka-negra, o mal-do-panamá e a sigatoka-amarela. A pesquisa, desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, dá a sua contribuição estudando cultivares que têm apresentando resistência às principais enfermidades. Entre as variedades selecionadas e recomendadas estão a Caipira e o híbrido PV 0376.

Um dia de campo, no próximo dia 10 de novembro, em Eldorado dos Carajás - mais precisamente no projeto de assentamento São Francisco - vai ampliar a divulgação das cultivares que, além do comportamento agronômico e de orientações sobre práticas de manejo voltadas ao controle das doenças, também serão testadas sob o ponto de vista da aceitação dos agricultores que, por sua vez, refletem a preferência dos consumidores.

Mas é a resistência às doenças que mais tem gerado pesquisas. A Sigatoka-negra, a mais grave e temida entre as doenças da bananeira no mundo, está disseminada no País. No Brasil a constatação da doença ocorreu em fevereiro de 1998, no Amazonas, sendo que no mesmo ano ela apareceu no Acre e no ano seguinte em Rondônia e Mato Grosso. No Pará a doença foi constatada em novembro de 2000, no município de Almeirim e em 2001 em Porto de Moz.

E os pesquisadores que têm se dedicado a estudar a cultura da banana não tem boas notícias quando o assunto é a sigatoka-negra. Em um documento elaborado por Alfredo Homma, Rui de Amorim Carvalho e Antonio José de Menezes, todos da Embrapa de Belém, a informação é catastrófica: nos locais onde foi observada, a doença está ocorrendo com alta agressividade sobre todas as variedades comercialmente cultivadas, comprometendo totalmente a qualidade e com perdas superiores a 50% da produção".

A doença causa destruição precoce das folhas, responsáveis pela geração da energia necessária ao desenvolvimento primeiramente da planta e, posteriormente, dos frutos com qualidade e em quantidade, economicamente compensadoras. E, como a situação é de fato grave, o Governo do Estado já chegou, inclusive, a proibir o trânsito de plantas e partes de planta de bananeira e de plantas do gênero Helicônia provenientes dos municípios de Almeirim e Porto de Moz para outros municípios do Estado. O decreto que trata do assunto, estabelece também que todos os agrônomos do Estado ficam obrigados a notificar focos suspeitos de Sigatoka-preta à Secretaria Executiva de Estado de Agricultura (Sagri) ou ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento.

Além de toda a prevenção e manejo dos bananais, é preciso também oferecer alternativa aos produtores de material genético que possam substituir as cultivares tradicionalmente plantadas. E as cultivares que serão levadas aos agricultores de Eldorado dos Carajás fazem parte do grande projeto sobre a cultura de banana desenvolvido pela Embrapa Amazônia Oriental.

O evento começará às 9 horas, do dia 10 de novembro, com o pronunciamento do coordenador do Núcleo de Apoio à Pesquisa e Transferência de Tecnologia do Sudeste Paraense (sede em Marabá), Raimundo Brabo Alves. Os pesquisadores Alfredo Homma, Rui de Carvalho e Antonio José de Menezes também falarão e em seguida serão distribuídas mudas aos produtores. A fase seguinte será a de monitoramento do material repassado.

Os agricultores que se dedicam ao cultivo da banana vão ficar sabendo, por exemplo, que a cultivar Caipira, oriunda da África Ocidental, foi introduzida pela Embrapa Mandioca e Fruticultura, que tem sede em Cruz das Almas, na Bahia e tem se destacado por apresentar resistência não só ao mal-do-panamá e a sigatoka-amarela, mas também à sigatoka-negra. Segundo o agrônomo Antonio José de Menezes, da Embrapa Amazônia Oriental, ela é uma cultivar bastante rústica com excelente vigor vegetativo. Mas ele ressalta que seu cultivo é recomendado para solos profundos, bem drenados e com bom nível de matéria orgânica.

Já o híbrido PV 0376 apresenta um porte alto e um grande potencial para ser cultivado no Pará. Assim como a Caipira, pode ser consumido "in natura" ou utilizado pela agroindústria pelo alto teor de açúcar que possui. Ele também foi desenvolvido pela Embrapa Mandioca e Fruticultura e introduzido no Pará há oito anos, mais precisamente no município de Capitão Poço.

O dia de campo acontecerá em Eldorado dos Carajás justamente porque a produção de banana no Estado do Pará hoje está concentrada basicamente em duas mesorregiões :sudoeste e sudeste paraense.

Jornalista: Ruth Rendeiro (MTb 609/PA) Embrapa Amazônia Oriental Fone: (91) 299-4560 E-mail: ruth@cpatu.embrapa.br  

Tema: A Embrapa\Transferência de Tecnologia 

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/