A redução do uso de agrotóxicos na produção de alimentos é um dos princípios que vêm norteando vários segmentos da cadeia produtiva Essa tendência, encontrada principalmente entre os países produtores e exportadores de alimento, tem justificativas comerciais e ambientais. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, estará divulgando durante a Amazontech, evento a ser realizado em Boa Vista (RR), entre os dias 20 e 25 de novembro, trabalhos e estudos relacionados ao controle biológico.

A demanda por produtos livres de agrotóxicos vem aumentando consideravelmente. Paralelamente, percebe-se uma forte pressão internacional no sentido de se preservar o meio ambiente e, com isso, beneficiar a indústria turística em geral, relevante fonte de divisas para os países.

Nesse contexto, o controle biológico é uma ferramenta para ser utilizada no manejo integrado de diferentes insetos-pragas na agricultura, já que utiliza inimigos naturais para manter a população da praga abaixo dos níveis de dano econômico.

Considerando as vantagens da produção mais econômica, da diminuição dos impactos ambientais, do aumento da segurança alimentar e da menor exposição dos trabalhadores rurais a substâncias tóxicas, a pesquisa trabalha para que o controle biológico de doenças, insetos e plantas daninhas seja uma prática comum em nosso meio rural. Hoje é possível reduzir em até 60% a aplicação de agrotóxico com o uso de manejo ecológico adequado.

No Brasil, o uso do Baculovirus anticarsia para o controle da lagarta da soja é um exemplos de sucesso de utilização de controle biológico em larga escala. Atualmente, existem seis biofábricas desse vírus no País, cuja produção é aplicada em mais de 1,4 milhão de hectares de soja por ano.

Além disso, há vários programas de utilização de vespinhas parasitas de ovos de diferentes lepidópteros (mariposas e borboletas) que, em sua fase larval, atacam o algodão e a cana-de-açúcar. Existem também biofábricas para a produção de fungos na região Nordeste para o controle da cigarrinha da cana-de-açúcar e para o controle do besouro moleque-da-bananeira, sendo, este último, também produzido em Santa Catarina. Já o Sudeste e Centro-Oeste produzem fungos para o controle do percevejo de renda que ataca os seringais e fungos para o controle de cigarrinhas-das-pastagens.

Além da lagarta-da-soja, o percevejo-da-soja, a cigarrinha e a broca da cana-de-açúcar, a lagarta-do-cartucho-do-milho, a cigarrinha-das-pastagens, a vespa-da-madeira, a mosca-da-renda da seringueira e o pulgão-do-trigo são algumas das pragas que podem ser controladas sem uso de produtos químicos.

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