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Embrapa promove degustação de pão com amido de mandioca na Fenagro

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A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, promove na próxima terça-feira, dia 27 de novembro, às 18 horas, durante a Fenagro, no Parque de Exposições de Salvador, uma degustação de pães produzidos com 15% de amido de mandioca. O evento conta com a participação das panificadoras Parati, de Cruz das Almas, e Areia Branca, de Lauro de Freitas, que já estão usando a fórmula e apresentando resultados satisfatórios. O pão fica com consistência mais macia e a cor da massa é nitidamente mais branca. Além disso, o tempo de prateleira aumenta em três horas.

Segundo Joselito Motta, especialista da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas/BA) na cultura da mandioca, com a utilização do amido a importação do trigo pode ser reduzida em até 10%. "Um quilo de farinha de trigo custa hoje um real no mercado. Já a farinha de fécula está sendo vendida a R$ 0,60", afirma. O pesquisador ressalta que o Brasil gasta hoje cerca de US$ 900 milhões com a importação de farinha de trigo. As novas pesquisas mostraram que é possível adicionar até 20% de fécula de mandioca no preparo do pão francês e de até 25% na massa de pães para hambúrguer e cachorro-quente.

Técnicos especializados em transferência de tecnologia da empresa estão usando como principal argumento um viés social importante: tornar mais rico do ponto de vista nutricional um dos alimentos mais populares. Entretanto, o que está fazendo mesmo o sucesso da proposta é aumento da margem de lucro: é possível obter economia de 7% a 8% na produção do pão francês.

De acordo com dados da Embrapa, o país possui hoje cerca de 150 mil toneladas de amido de mandioca em estoque. "As fecularias possuem uma capacidade ociosa de até 50%, o que revela a grande possibilidade de infra-estrutura que o país possui em suportar essa inovação", acrescenta Joselito Motta.

Para Chigeru Fukuda, pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura e presidente da Sociedade Brasileira de Mandioca, a proposta representa ainda a possibilidade de resgatar uma dívida social com os agricultores, que ao longo de décadas estiveram à margem do contexto agro-industrial nacional. "No Nordeste a mandioca sempre foi considerada cultura de pobre, sem se levar em consideração seu importante papel na segurança alimentar das populações de baixa renda", observa Fukuda.

A reviravolta no mundo da panificação brasileira foi deflagrada no dia 18 de outubro, quando a Câmara dos Deputados promoveu em Brasília o seminário "A Importância Social e Econômica da Mandioca para o Brasil", pela iniciativa do deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB/SP). O evento serviu como fundamentação a um projeto de lei que prevê a introdução de 10% de fécula de mandioca na fabricação de pães. O uso do amido também foi discutido no último dia 21 em sessão especial proposta pelo vereador Ednaldo Ribeiro (PFL) na Câmara de Vereadores de Cruz das Almas.

"O pão da Embrapa", como já está sendo conhecido, foi um dos assuntos mais comentados no Amazontech 2001, evento que é a maior vitrine de negócios da Amazônia Legal, realizado em Boa Vista (RR) de 20 a 25 deste mês, no qual Joselito Motta apresentou a palestra "O uso integral da mandioca na alimentação humana e animal".

Informações: Joselito Motta (75) 9143-9362.

Jornalista: Léa Cunha (MTb 1633) Embrapa Mandioca e Fruticultura Telefone: (75) 621-2120 ramal 215 E-mail: leacunha@cnpmf.embrapa.br  

Tema: Produtos Agropecuários\Hortaliças\Mandioca 

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