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Modelo de manejo florestal será exposto na Amazontech

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O adequado manejo florestal permite explorar os recursos madeireiros de forma sustentável. Tendo como base essa filosofia, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, vai apresentar durante a Amazontech, evento a ser realizado em Boa Vista (RR), entre os dias 20 e 25 de novembro, o Programa Pró-Manejo, que é gerido pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e recebe recursos do PPG-7.

Recentemente, o programa recebeu US$ 150 mil, valor que será investido em treinamento de técnicos e produtores e compra de equipamentos. Entre o maquinário, está a aquisição de mais uma serraria portátil importada da Austrália. Ela pesa menos de 200 quilos e pode ser montada, desmontada e operada dentro da floresta. Com a serraria portátil é possível beneficiar a madeira in loco, transformando a tora em tábuas, pernas manca, ripas ou pranchões. Antes dela, os produtores envolvidos com o projeto utilizavam apenas a motosserra, o que limitava o desdobro das toras e as oportunidades de comercialização.

Os resultados da pesquisa já estavam animando os produtores do Projeto Pedro Peixoto e com a chegada desta nova tecnologia, o grupo inicial de 11 produtores decidiu se organizar num grupo maior, criando a Associação dos Produtores Rurais de Manejo Florestal e Agricultura (Apruma), agora, com 26 sócios.

A Embrapa Acre está orientando integrantes do grupo, passando informações sobre manutenção, corte e desdobro com motosserra, manuseio de serraria portátiil, inventário florestal prospectivo, legislação ambiental. "Com a organização e os documentos necessários para manejo florestal e uso da serrraria poderemos vender madeira para qualquer parte do país", afirmou o presidente da Apruma, Osias Fagundes.

Técnica - O primeiro passo do manejo florestal comunitário é delimitar a área de reserva legal em cada propriedade e dividi-la em 10 partes iguais, chamadas de talhões. Definido os talhões, produtores e técnicos executam o inventário florestal prospectivo. Nesta etapa, as árvores com diâmetros acima de 50cm são medidas e mapeadas. O inventário define o grau de aptidão de cada talhão e o nível de intervenção que poderá ser empregado.

Desta forma, o produtor tem condições de planejar a extração anual de madeira e prever a respectiva receita, contribuindo para incrementar o orçamento familiar.

A cada ano apenas um terço do volume de madeira comercial do talhão é explorado, o que, no caso do Projeto de Assentamento Pedro Peixoto, resulta em uma média de 5m³ a 10m³ de madeira beneficiada por hectare. A receita líquida gerada pela atividade gira em torno de R$ 1.000,00 por propriedade/ano.

Com a tecnologia da Embrapa, os danos produzidos na floresta pelo manejo fica em torno de 3% a 4% da área total, permitindo que a floresta se regenere naturalmente ao longo do ciclo de exploração, cuja previsão é de 10 anos. A idéia é produzir o menor impacto ambiental possível. Por isso, o arraste é feito com uma zorra e carroça puxados por bois.

Pedro Peixoto - No Projeto de Assentamento Pedro Peixoto vivem cerca de quatro mil famílias em 375 mil hectares. Boa parte delas já desmatou mais de 40% da propriedade e algumas até avançaram sobre os limites da reserva legal.

Segundo estimativas dos pesquisadores Henrique Sant´anna e Marcus Vinícius Neves d´Oliveira , entre 1984 e 1999, o desmatamento desta área saltou de 26% para 54%. O governo do Estado tem demonstrado interesse no manejo dos recursos naturais e promovido treinamentos dos técnicos em parceria com a Embrapa. Recentemente, a Secretaria Estadual de Assistência Técnica e Garantia da Produção (Seater-GP) contratou cinco extensionistas para cuidar deste segmento. Uma das técnicas, Maristela Rezende Rezendes, trabalhará na área do baixo rio Acre o que inclui o manejo florestal comunitário do Pedro Peixoto.

Dados interessantes: Maiores compradores de madeira no mundo Brasil - 23% Japão - 19% União Européia - 8% China - 5% Taiwan - 4% Fonte: Imazon e ITTO

Exploração sem manejo sustentável: Nove em cada dez toras retiradas da Amazônia são ilegais. Portanto 89% são ilegais, 10% legais, mas caracterizam processo predatório, e 1% legal e não predatório

Dois terços da madeira são desperdiçados. Isto significa que: 35% são vendidos 22% viram carvão 43% viram lixo Fonte: Imazon

Embrapa na Amazontech Jornalista Soraya Pereira da Silva Embrapa Acre - www.cpafac.embrapa.br Contatos na Amazontech: Jornalistas Soraya Pereira da Silva, Daniela Colares e Alexandre Campos Telefone – 95-9112-4791  

Tema: Atividades Temáticas\Meio Ambiente 

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Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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