Na última safra de soja, o Brasil utilizou 1,2 milhões de sementes de soja de boa qualidade para produzir as 35 milhões de toneladas do grão. No entanto, a utilização de sementes de soja de baixa qualidade pode provocar prejuízos anuais de R$ 30 a 60 milhões. Para apresentar tecnologias adequadas para identificar e corrigir os problemas de descarte de lotes de sementes de soja, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, realiza até sexta-feira, dia 7, o XXX Curso de Tetrazólio e Patologia de Sementes.

Em 16 anos, a Embrapa Soja, sediada em Londrina, PR, já treinou mais de mil técnicos de laboratórios de sementes do Ministério da Agricultura e de empresas particulares do Brasil e da América Latina. A avaliação do potencial de germinação de sementes infectadas ou não por fungos e a identificação de baixa qualidade fisiológica das sementes pode ser obtida com o método de Diagnóstico Completo da Qualidade da Semente de Soja (Diacom), que engloba os testes de tetrazólio e de patologia de sementes.

O teste de tetrazólio oferece informações sobre o potencial de germinação, o vigor da semente os índices de danos mecânicos, causados por percevejos e por umidade. No Brasil são realizadas anualmente 180 mil análises de semente de soja com o teste, tornando o País líder mundial no controle de qualidade de sementes.

O Mato Grosso, por exemplo, há oito anos importava sementes de soja de outros estados, porque o material produzido na região não atendia às necessidades de qualidade. Hoje, só a Associação dos Produtores de Sementes do MT realiza 17 mil análises de tetrazólio com sementes de soja por ano. "A adoção do Diacom e outras tecnologias possibilitou que o MT tivesse a melhor tecnologia de produção de sementes e também as melhores tecnologias para a produção de soja. Inclusive, o estado possui produtividade de 3 mil kilos por hectares, acima da média nacional", afirma o pesquisador José de Barros França Neto, da Embrapa.

O teste de patologia de sementes identifica as possíveis doenças e possibilita que se faça o tratamento das sementes com produtos químicos, evitando descarte de sementes. "O controle de patógenos pode evitar que doenças novas sejam disseminadas para regiões ainda não infectadas com o problema".

Jornalista: Lebna Landgraf (MTb 2903) Embrapa Soja Telefone: (43) 371-6061 E-mail: lebna@cnpso.embrapa.br