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Especialista espanhol fala sobre comércio de frutas na Europa

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A falta de um sistema de padrão comercial para os produtos in natura dificulta a colocação das frutas brasileiras no mercado externo, em especial na Europa. A constatação é do agrônomo José Luis López García, professor da Universidade Politécnica de Madrid (UPM), um dos painelistas do 3º Mercofrut, que se realiza até sexta-feira, dia 7 de dezembro, na sede da Embrapa Clima Temperado, em Pelotas/RS, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O especialista defende a organização do setor frutícola nacional a partir da qualificação da mão-de-obra e de um sistema de padronização.

López García conhece bem o funcionamento do comércio brasileiro. Ele participou da formação das centrais de abastecimento (as Ceasas). Garcia diz que, ao contrário do que ocorre na Espanha e demais países europeus, no Brasil a inexistência de uma política centralizada para o segmento não permite estabelecer padrões. A entrada de laranja da Associação Nacional Espanhola das Cooperativas (Anecop) em uma central de Campinas (SP), por exemplo, ilustra a situação da citricultura.

"O Brasil só produz laranjas para suco e há mercado para o consumo in natura", argumenta. Então, o país que oferece produto com qualidade tem condições de se impor. Para o professor da UPM seria interessante começar a treinar a mão-de-obra quanto à classificação das frutas (tamanho ou calibre, local de origem, espécie, etc).

Na Espanha os dados estão prontos no sistema de categorias, sendo regulados e controlados pela Mercado Centrais de Abastecimento S/A (Mercasa). Assim, uma laranja pode ser classificada no padrão extra, primeira ou segunda categorias. "O consumidor pode comprar uma fruta com rótulo vermelho, que está na categoria extra", explica o professor da UPM.

Com padrões comuns há facilidade de colocar frutas na França, na Itália ou na Inglaterra. López García diz que com isso é possível fazer a chamada agricultura contratável – onde a produção está voltada para as necessidades do mercado, com previsão de quantidade e segurança na qualidade. " Para um país que coloca 75% das exportações de frutas na Europa, o Brasil já deveria contar com um sistema de qualidade para ingressar no mercado europeu", comenta o especialista da UPM.

José López García vai detalhar o comércio de frutas na Europa no painel marketing de frutas, no dia 7. Nesta quinta-feira, dia 6, os temas em debate serão frutas e saúde e logística para o mercado interno e externo. Os interessados em participar do Mercofrut ainda podem fazer inscrição. O telefone para informações é o (53) 275-8111.

Jornalista: Deva Rodrigues (MTB/RS 5297) Embrapa Clima Temperado E-mail: deva@cpact.embrapa.br Fax: (53) 275-8219 Work: (53) 275-8215  

Tema: Produtos Agropecuários\Frutas\Temperadas 

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