01/02/02 |

Anonáceas vão à Bangkok

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É possível que você já tenha tomado um suco de graviola ou experimentado a pinha, conhecida ainda como ata ou fruto-do-conde, mas você sabia que elas fazem parte da família das anonáceas? Menos conhecidas, outras três frutas: a cherimólia, a condessa e a graviola silvestre também fazem parte da mesma família. O mercado de Bangkok, na Tailândia, passou a conhecer estas frutas com o lançamento do livro "Annona Book", no Instituto de Pesquisa Hortícola daquele país, de autoria do pesquisador Alberto Carlos de Queiroz Pinto, da Embrapa Cerrados, empresa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Em seus treze capítulos, o livro traz informações sobre a importância e valor nutritivo de cada uma das espécies, sua distribuição pelo mundo, aspectos agronômicos e referentes à ecologia das plantas, melhoramento genético e biotecnologia. Também há informações sobre a comercialização e utilização dessas frutas na indústria.

Além do livro, dirigido para técnicos, pesquisadores e produtores, a Embrapa Cerrados lançará um manual sobre o mesmo assunto, com linguagem mais simples e direta, para apoiar o trabalho dos extensionistas rurais dos países pobres e em desenvolvimento.

Outros pesquisadores da Embrapa também participaram como autores de alguns capítulos: Maria Cristina Cordeiro e Solange Andrade, da Embrapa Cerrados, e Francisco Ricardo, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. O livro está sendo editado pelo Centro Internacional para Culturas Subutilizadas - ICUC, vinculado à Universidade de Southampton na Inglaterra.

Um pouco sobre as anonáceas

O cultivo das anonáceas vem crescendo no Brasil, principalmente na região Nordeste. Estima-se que a área plantada com graviola aumentou, em média, 12% ano ano, desde 1998, e ainda é insuficiente para atender à demanda. Isso se deve ao alto preço das frutas no mercado. O quilo da polpa da graviola custa em torno de R$ 3,50 para o produtor e chega a ser comercializada por R$ 7,00, em supermercados. Mais de 80% da sua produção é destinada à industria, para produção de polpa, sorvete e suco.

A pinha também é bastante consumida no país. A sua produção geralmente se restringe ao período de outubro a fevereiro. Mas a pesquisa já desenvolveu técnicas que permitem a produção durante o período da entressafra. A produção da pinha atualmente está concentrada na região Nordeste, com mais de 3 mil hectares plantados, e o município de Palmeira dos Índios, em Alagoas, é considerado o maior produtor brasileiro.

A cherimólia, apesar de pouco conhecida, apresenta um sabor melhor que o da pinha. No Brasil, ela pode ser encontrada nas áreas mais frias de São Paulo, pois trata-se de uma cultura subtropical. A cherimólia também é produzida na Espanha, Chile e Equador, sendo exportada principalmente para a Europa e os Estados Unidos.

A condessa é ainda menos conhecida do que a cherimólia e também pouco comercializada. O seu sabor é menos atraente e a sua árvore é alta, o que dificulta a sua produção. O formato do seu fruto se assemelha à cherimólia. Diferentemente da graviola, a maior parte da produção da cherimólia, da pinha e da condessa é vendida como fruta fresca.

A graviola agreste ou Annona senegalensis só é encontrada na África e o seu uso se restringe à fabricação de inseticidas e medicamentos.

A grande dificuldade para o cultivo das anonáceas são as brocas, que podem atacar o fruto, a semente e o tronco da árvore. Ainda não há um controle completo das brocas, embora alguns tratamentos já tenham mostrado alguma eficiência no controle. As brocas do fruto e da semente podem ser controladas por meio do ensacamento do fruto.

A importância das anonáceas se deve principalmente à sua riqueza em sais minerais, como cálcio, potássio e magnésio. A sua utilização pode ajudar no combate à osteosporose. Além disso, já há estudos avançados do uso da graviola no combate ao câncer, desenvolvidos na Flórida, e também em teste por pesquisadores de empresas privadas no Estado de São Paulo. Jornalista Rose Azevedo (Fenaj 2978/13/74/DF) Embrapa Cerrados Fone (61) 388 9931 Endereço eletrônico: imprensa@cpac.embrapa.br  

Tema: Produtos Agropecuários\Frutas\Tropicais 

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