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Praga da fruticultura vai ser combatida no Amapá

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Começa na próxima quinta-feira, dia 29, a primeira grande ação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) visando a erradicação em território brasileiro da mosca-da-carambola (Bactrocera carambolae). Sob a supervisão do entomologista Rômulo da Silva Carvalho da Embrapa Mandioca e Fruticultura, uma das 40 unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) , a Divisão de Vigilância e Controle de Pragas (DPC) do MAPA vai liberar no município de Porto Grande (AP) quatro milhões da vespa Diaschasmimorpha longicaudata, um inimigo natural da mosca-das-frutas, introduzido no Brasil pela Embrapa.

Para este ano está prevista a liberação de mais de 20 milhões de pupas do parasitóide da mosca. O inseto está sendo reproduzido em larga escala pelo Centro de Energia Nuclear para Agricultura (CENA), da Universidade de São Paulo (USP), localizado em Piracicaba. Além de Porto Grande, os municípios de São Tomé do Pacuí e Oiapoque compõem a região do Amapá onde a incidência da mosca-da-carambola é mais preocupante e onde a liberação inundativa também será procedida.

A preocupação das autoridades é de que a praga alcance a capital Macapá, e de lá se espalhe para o Nordeste. Por isso, o Ministério editou recentemente o Decreto n° 4.074, que autoriza, em caráter emergencial, num período de seis meses, o uso do ingrediente ativo metil eugenol, usado na composição de iscas (armadilhas) para a mosca-da-carambola. O mesmo decreto permite a liberação do inimigo natural da mosca, que é um inseto exótico no Brasil, tendo sido importado da Flórida (EUA) em 1994 pela Embrapa.

Segundo os especialistas, a mosca-da-carambola é oriunda da Indonésia e chegou ao continente americano pela primeira vez em 1975, através do Suriname, hoje com cerca de 30% de seu território infestado. "Em 1985 ela foi detectada na Guiana Francesa, e como não foram feitos trabalhos de controle, sua dispersão chegou até a fronteira brasileira", diz Rômulo Carvalho.

Apesar de se chamar mosca-da-carambola, a praga pode atacar potencialmente, no país, cerca de 30 espécies de fruteiras, preferindo inclusive a manga, o sapoti, a goiaba e o jambo branco. Caju, jaca, laranja, pomelo, tangerina, pitanga, tomate e pimenta são hospedeiros secundários da Bactrocera.

Fora de controle, estima-se que a praga poderia gerar, no Brasil, um prejuízo com perdas potenciais de US$ 30,8 milhões no ano inicial e de cerca de US$ 92,4 milhões no terceiro ano de infestação. "A mosca-da-carambola significaria praticamente a inviabilidade da exportação de frutas frescas brasileiras por ser um dos principais alvos das barreiras fitossanitárias impostas pelo principais importadores mundiais, como EUA e Japão", comenta Carvalho.

Dalmo Oliveira - MTb/PB N.º 0598 Telefone: (75) 621.8087 Fax (75) 621.1118 Email: dalmo@cnpmf.embrapa.br  

Tema: Fatores e Insumos\Defensivos e Controle Biológico 

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