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Parceria entre Embrapa e Sebrae melhora cadeias produtivas

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A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) estão somando esforços para identificar os entraves técnicos e gerenciais enfrentados por algumas cadeias produtivas do agronegócio e as tecnologias que possam superá-los. Termo de cooperação técnica e financeira nesse sentido foi assinado pelos presidentes das duas instituições hoje, quinta-feira, dia 25.

As cadeias produtivas selecionadas são: mandioca, flores tropicais, ovinocaprinocultura, produtos orgânicos e frutas nativas dos cerrados. São cadeias produtivas consideradas de enorme potencial econômico e social, tanto por seus reflexos no mercado interno quanto nas perspectivas de mercado externo. A idéia é disponibilizar informações e resultados de pesquisa de fácil absorção por empresários, agroindustriais de pequeno porte e trabalhadores rurais

O diretor-presidente da Embrapa, Alberto Portugal, considera a parceria com o Sebrae um marco para o processo de transferência de tecnologia. "Em um país de dimensão continental como o Brasil, é um grande desafio levar a tecnologia ao pequeno produtor rural, agente importante do desenvolvimento. O trabalho com o Sebrae vem se somar aos esforços empreendidos pelas Emater nos Estados", disse Portugal.

Júlio Sérgio Moreira, diretor-presidente do Sebrae, reafirmou o intenção de viabilizar a transferência do conhecimento gerado pela pesquisa da Embrapa aos segmentos de interesse, nos diversos municípios brasileiros, mesmo naqueles mais pobres.

Embrapa e Sebrae vão integrar o núcleo gestor do programa, mobilizar e sensibilizar os diversos atores das cadeias produtivas selecionadas, identificar as demandas, organizar a oferta das tecnologias disponíveis e capacitar multiplicadores. As metas a serem atingidas serão detalhadas em planos de trabalho específicos, em aditamento ao termo de cooperação, que terá a duração de três anos. Os recursos serão também definidos nos planos de trabalho anuais.

Produção irregular

Os gargalos identificados quando da avaliação do desempenho das cadeias produtivas estão relacionados a irregularidade de produção e falta de organização na exploração. No caso da mandioca, conduzida majoritariamente por produtores de pequeno porte, é forte a irregularidade da produção (30 milhões de toneladas em 1970, 19 milhões em 1988 e 25 milhões em 2001). A produtividade regional e entre produtores varia em mais de 100%. Estima-se que a atividade proporcione uma receita bruta anual de R$ 2,3 bilhões, e um milhão de empregos diretos (*).

Já a cadeia produtiva de flores tropicais, embora desperte interesse crescente, é pouco explorada. O mercado mundial de flores movimenta US$ 46,8 bilhões, o Brasil responde por US$ 1,2 bilhão, mas exporta apenas US$ 13 milhões e importa pouco mais de US$ 6 milhões. Essa cadeia tem cerca de 3.600 produtores e 10.000 postos de venda, gerando mais de 350 mil empregos (*). A produção é desenvolvida em propriedades com área média de três hectares e, assim como os pontos de venda, caracterizam-se majoritariamente como micro e pequenas empresas. As flores tropicais ainda têm pequena participação nesse mercado.

A cadeia de produção de caprinos e ovinos, no Brasil, está concentrada na Região Nordeste e tem razoável infra-estrutura de processamento, caracterizada, entretanto, por enorme capacidade ociosa (mais de 80%) que poderia ser melhor aproveitada. Apesar de iniciativas interessantes no país visando ao desenvolvimento da cadeia, o Brasil importa derivados de leite de cabra, carne e peles de ovinos e caprinos.

O sistema de produção de orgânicos oferece grandes oportunidades de negócios aos micro e pequenos empresários. Mas ainda está em consolidação. Sua regulamentação formal só foi iniciada nos anos 90. A cadeia produtiva de frutas nativas dos cerrados é a menos estruturada. As iniciativas de desenvolvimento da sua potencialidade têm sido restritas a ações de órgãos de pesquisa e organizações não-governamentais. A identificação de espécies, de processamentos agroindustriais e de tecnologias representa perspectivas de emprego e renda na região.

(*) dados sobre as cadeias produtivas foram disponibilizados pelo Sebrae

Rodadas de negócio

Durante a III Exposição de Tecnologia Agropecuária Ciência para a Vida, que prossegue até o dia 2 de maio na Sede da Embrapa, o Sebrae estará promovendo rodadas de negócio no Armazém do Micrempresário, um espaço destinado à exposição e comercialização dos produtos mais variados. Vão ocorrer rodadas de expositores, de negócios e de projetos de tecnologia. A idéia é possibilitar ao empresariado local, nacional e até internacional uma integração entre as mais diversas instituições, visando parceiros para o desenvolvimento de projetos de tecnologia.

Mais do que uma exposição, Ciência para a Vida é uma mostra de conhecimento científico e tecnológico apropriada para o público urbano, revelando como o produto da pesquisa está integrado ao consumo e ao cotidiano da população e como a ciência está ajudando a melhorar a qualidade de vida do povo brasileiro.

O evento é voltado para a divulgação da pesquisa científica agropecuária, para o intercâmbio de informações entre os diversos institutos de pesquisa presentes, para apoiar o processo de transferência de tecnologia e ainda para fomentar parcerias entre o setor público e o privado em todas as cadeias do agronegócio nacional

Jornalista Marita Cardillo (2264 - DF) Assessoria de Comunicação Social da Embrapa marita@sede.embrapa.br Telefones (61) 448.4039 e 448.4113  

Tema: A Embrapa\Eventos 

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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