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Curso traz ao Brasil técnica de mapeamento aeroexpedito

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As florestas brasileiras contam com mais um aliado no combate a pragas e doenças. Na semana de 8 a 12 de abril a Embrapa Florestas(Colombo/PR), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, promoveu o curso Monitoramento Aeroexpedito para a Identificação e Mapeamento de Doenças e Pragas Florestais.

Esta técnica, inédita no país, consiste no mapeamento de áreas florestais através de vôos sobre elas para identificar possíveis focos de pragas e doenças. O curso, realizado em Bituruna/PR, foi ministrado por dois técnicos americanos do USDA Forest Service (Serviço Florestal Americano), parceiro da Embrapa Florestas no evento. Participaram do curso nove alunos, que agora contam com mais esta técnica para combater os problemas florestais.

O monitoramento aeroexpedito já vem sendo utilizado em países como os Estados Unidos e Canadá. A técnica consiste em, de posse de imagens de satélite ou de mapas topográficos, sobrevoar a paisagem e marcar os fenômenos de interesse no mapa, identificando-os visualmente. No caso do curso, a técnica está sendo utilizada para apoiar o monitoramento da vespa-da-madeira, principal praga do pinus.

Técnicas de sensoriamento remoto

As técnicas de sensoriamento remoto evoluíram muito e hoje é possível fazer levantamentos por satélite, com fotografias, vídeo, radar etc. Cada técnica tem seus objetivos e resolução. Atualmente as técnicas mais utilizadas são as fotografias aéreas e sensoriamento remoto por satélite. As fotografias aéreas têm a vantagem de maior precisão como, por exemplo, conseguir mostrar uma área de poucos metros. Mas é uma técnica cara. Já as imagens de satélite são mais baratas, mas a sua resolução é baixa e a área de abrangência é muito grande, inviabilizando alguns tipos de trabalho.

A melhor das situações em mapeamento é misturar técnicas e usá-las com diferentes freqüências, obtendo a maior quantidade de informações em séries históricas, adquirindo com isto a capacidade de medir evoluções de fenômenos e inferir tendências frente a diversos cenários.

Segundo a pesquisadora em sensoriamento remoto e manejo florestal da Embrapa Florestas, Yeda Maria Malheiros de Oliveira, "o monitoramento aeroexpedito tem como vantagem a identificação mais precisa de áreas com problemas, coisa que os mapas via satélite, por si só, não fazem. No caso em estudo, os mapas até indicam se há ou não algum lugar com anomalias em suas árvores, mas não nos diz qual é o problema. Já o mapeamento aeroexpedito sim, uma vez que sobrevoamos o local e podemos visualizar o que está acontecendo", explica.

O pesquisador Erich Shaitza, também da Embrapa Florestas, completa: "a identificação visual parece um processo simples, mas há muita técnica agregada ao método". No caso da vespa-da-madeira as anomalias mais comuns são folhas amareladas no alto das árvores e apodrecimento de galhos e o mapeador tem de estar apto a identificá-las.

O trabalho de monitoramento aeroexpedito também pode ser utilizado para diversos outros trabalhos, como identificação de desmatamentos e queimadas, acompanhamento do crescimento de uma floresta nativa, identificação de animais e seus hábitos, entre outros. Além do Serviço Florestal Americano, o Curso de Mapeamento Aeroexpedito teve a parceria da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Associaçao Sul Brasileira de Reflorestadores, Fundo Nacional de Combate à Vespa-da-madeira (Funcema) e Programa Nacional de Florestas (PNF).

Katia Pichelli - MTb 3594 PR Embrapa Florestas katia@cnpf.embrapa.br Fone: (41) 666-1313 / 9969-9871  

Tema: A Embrapa\Transferência de Tecnologia 

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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