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Sustentabilidade agrícola é receita para garantir alimento no futuro

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Na abertura do Workshop sobre Manejo Biológico do Solo para a Agricultura Sustentável, dia 24, no auditório da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em Londrina/PR, a representante da Organização Mundial para Agricultura e Alimentos (FAO), Sally Bunning, enfatizou a necessidade de se aumentar os níveis de produtividade agrícola mundial, mas com sustentabilidade.

"Precisamos produzir mais e melhor para alimentar a população, que em 2030 deve ser de aproximadamente 8 bilhões de pessoas, mas é preciso buscar parâmetros que propiciem a produção agrícola, sempre", alerta. Sally diz ser preciso manter as propriedades biológicas do solo, promovendo a conservação dos recursos genéticos e a não degradação ambiental. "Hoje podemos dizer que o uso indiscriminado de agrotóxicos e resíduos de nitrato na água prejudicam, de uma forma ou de outra, cerca 3 milhões de pessoas" , alerta.

Alguns exemplos de sucesso foram apresentados durante o workshop. Representando o Egito, Klaus Merkens, da Associação Biodinâmica Sekem, mostrou dados sobre o cultivo de algodão orgânico no País. Segundo ele, o algodão é uma das culturas que mais demandam agrotóxicos, tanto que as lavouras que ocupam menos de 1% da terras agricultáveis, utilizam cerca dos 18% dos agrotóxicos aplicados em nível mundial. "É possível produzir algodão, a cultura em que, atualmente, se usa mais agrotóxicos, sem o uso de insumos químicos artificiais", garante.

A experiência da Austrália de monitorar a saúde do solo como indicador para uma agricultura sustentável foi destacada por Clive Pankhurst, vinculado a um órgão de pesquisa do governo australiano. Clive relatou como um grupo de produtores de cana-de-açúcar do norte da Austrália conseguiu recuperar o solo da região e aumentar a produtividade com redução do uso de agrotóxicos, adotando medidas simples como manejo integrado de pragas, o plantio direto, a rotação de culturas e a utilização de adubos verdes.

Segundo o professor Rattan Lal, da Universidade de Ohio, EUA, que também ministrou palestra durante o evento, a substituição dos ambientes naturais por sistemas de produção agrícola causa a destruição de 50 a 75% da matéria orgânica presente no solo. Isso reduz a qualidade do solo e sua capacidade de produção, assim como a capacidade de filtrar substâncias contaminantes e aumentar a emissão de CO2. "O seqüestro de carbono pode ser feito via utilização de medidas como plantio direto, rotação de culturas e uso de adubos verdes. Com um programa de manejo do solo adequado é possível, em países de clima temperado, capturar do ar de 400 a 800 quilogramas de CO2 atmosférico em cada hectare cultivado. Nos países de climas secos e quentes, essas medidas conseguem sequestrar do ar de 100 a 200 quilogramas", diz.

O workshop é uma co-promoção da Organização Mundial para Agricultura e Alimentos (FAO) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Participam do evento, de 24 a 27 de junho, aproximadamente 45 pessoas, representantes dos ministérios e órgãos de pesquisa do governo, da extensão rural, da iniciativa privada, de universidades e produtores de 18 países de todos os continentes.

Obs: Mais informações no site www.cnpso.embrapa.br/workshopfao

Lebna Landgraf - MTb 2903 Embrapa Soja Telefone: (43) 371-6061 E-mail: lebna@cnpso.embrapa.br  

Tema: Atividades Temáticas\Meio Ambiente 

Mais informações sobre o tema
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