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Nova metodologia evita disseminação do mal da vaca louca

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A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, desenvolveu um novo método para a identificação sistemática de proteínas e peptídeos de origem animal presentes na alimentação de animais.

A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília/DF) desenvolveu uma nova metodologia que explora as características de alta sensibilidade da espectrometria de massa (MALDI TOF) para determinar se existem proteínas animais, possíveis responsáveis pela doença, na fabricação das rações. Nesse processo, moléculas protéicas ou seus fragmentos (peptídeos) presentes na amostra são identificadas pela espectometria, a partir de extração com uma mistura de solventes aquoso-orgânicos e, em seguida, submetidos à cromatografia líquida, quantificados por absorbância na região do ultravioleta e seqüenciadas para comparação com um banco de dados previamente elaborado. Pedido de patente da metodologia foi depositado junto ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) em 4 de março deste ano.

As vantagens dessa técnica sobre as demais (microscopia, ELISA, PCR) está no fato de investigar diretamente a presença de proteínas animais com alta sensibilidade e aperfeiçoamento, eliminando problemas de falsos positivos encontrados em outros métodos, contribuindo para a melhor qualidade das rações no mercado.

A Embrapa Recursos Genéticos está prestando serviços nesse tipo de análise e para tanto, poderá realizar análises isoladas ou firmar contratos para análises periódicas para efeito do acompanhamento da produção ou de fiscalização. A prestação de serviços de análises da presença de proteínas de origem animal tem como principais clientes: as indústrias produtoras de rações, as empresas de importação, exportação, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, as Secretarias Estaduais de Agricultura.

A doença da vaca louca (encefalopatia espongiforme bovina) surgiu na Europa devido à reciclagem, sem controle, de carne, ossos, sangue e vísceras na alimentação de animais. A doença apareceu, inicialmente, na Inglaterra e se disseminou para outros países da Comunidade Européia. Vários casos de encefalopatias em pessoas foram constatados, devido ao consumo de carne de animais contaminados. Diante desse quadro, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento proibiu o uso, no Brasil, de proteínas animais na fabricação de ração para bovinos, exigindo uma fiscalização rigorosa no setor.

Efetuando a análise rotineira das rações fabricadas no Brasil, pode-se garantir que não exista qualquer possibilidade de contaminação do rebanho brasileiro de ruminantes com o agente causador da encefalopatia espongiforme, via rações preparadas ou adulteradas com material protéico de origem animal.

Mais informações: José Manuel Cabral S. Dias Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Fone: (61) 448.4700 Fax: (61) 448.3624 Endereço eletrônico: cabral@cenargen.embrapa.br  

Tema: Atividades Temáticas\Biotecnologia 

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