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Estudo comprova que Ceará está livre da mosca-do-melão

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O Estado do Ceará está cada vez mais próximo de conquistar o reconhecimento internacional de Área Livre de Mosca-das-Cucurbitáceas (Anastrepha grandis)". O reconhecimento é indispensável para aumentar a presença do melão cearense na mesa do consumidor externo, principalmente o norte-americano. Desde o ano 2000, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, vem coordenando estudo de monitoramento e captura da mosca em seis municípios do Baixo Jaguaribe, numa área total de 4.063 km2. A pesquisa será encerrada no mês de julho, mas com os dados coletados até maio, já é possível afirmar que o Ceará é uma zona livre da mosca-das-cucurbitáceas, permitindo que o Ministério da Agricultura inicie o processo final para adequação dos produtores às condições internacionais.

No ano de 2001, o Brasil exportou 99,3 mil toneladas de melão, sendo 28,6 mil toneladas cultivadas no Ceará. A comercialização dos melões cearenses ocorre, principalmente, para países da Europa e Mercosul, que aceitam o Certificado Fitossanitário de Origem (CFO) e não exigem a Área Livre. No entanto, para exportar o melão para os Estados Unidos é obrigatório o reconhecimento internacional de Área Livre de Mosca-das-Cucurbitáceas.

Impactos - Segundo o pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza/CE) e coordenador do estudo da Área Livre, Raimundo Braga Sobrinho, "os resultados registrados ao longo de 22 meses de estudo comprovam que a área dos municípios de Aracati, Icapuí, Itaiçaba, Jaguaruana, Quixeré e Limoeiro do Norte está livre da mosca-das-cucurbitáceas" . Ele acredita que esse diagnóstico já vem influenciando positivamente as exportações cearenses de melão. "Quando ocorrer o reconhecimento internacional, o Ceará terá conquistado o mesmo patamar do Rio Grande do Norte para exportar o produto", diz o pesquisador. Para o Gestor de Tecnologia do convênio Embrapa/Secretaria da Agricultura Irrigada (Seagri), João Pratagil Pereira de Araújo, "o Ceará vem transmitindo segurança aos agentes internacionais nos aspectos que envolvem fitossanidade, gerando impacto na exportação do melão".

Na execução do projeto, foram cumpridos os requisitos técnicos do Sub Standard Regional de Proteção Fitossanitária do Ministério da Agricultura. Foram instalados sistemas de alta sensibilidade por meio de armadilhas dos tipos McPahil e Jackson, contendo atrativos alimentares para captura da mosca. A densidade das armadilhas foi de, no máximo, uma para cada 5 km2, dependendo das características da área.

A chefe da Divisão de Vigilância e Controle de Pragas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Sheila Ribeiro, disse que "quanto mais áreas livres o Brasil possuir, menos restrições haverá às exportações". Ela informou que o reconhecimento internacional da Área Livre do Rio Grande do Norte levou quatro anos e o Ministério espera que o Ceará conquiste esse título em menor tempo. No entanto, existem algumas condições que precisam ser assumidas pelos produtores de melão como o monitoramento permanente da área, por meio de uma associação. Também serão necessários trabalhos de controle oficial como instruções normativas, decreto do governador e a instalação de barreiras fitossanitárias. Tudo isso será auditado, sistematicamente, pelo Departamento de Defesa e Inspeção Vegetal do Ministério da Agricultura.

O reconhecimento da Área Livre da mosca-das-cucurbitáceas depende, portanto, de questões legais e de garantias de continuidade no processo de monitoramento, envolvendo produtores e instituições oficiais. A última reunião dos produtores de melão do Ceará, realizada em maio, definiu que a Univale (União dos Agronegócios do Vale do Jaguaribe) dará continuidade ao monitoramento da área, conforme as exigências legais. As mudanças no estatuto da associação devem ocorrer este mês e a incorporação da nova função está prevista para julho, conforme o produtor Silvio Dantas, associado à Univale. Mais informações: Pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical, Raimundo Braga Sobrinho, (85) 299-1922 / 9984-0781 e Sílvio Dantas, produtor de melão associado à Univale, (88) 411-1066/ 9964-2300

Franzé Ribeiro - MT CE00897JP Embrapa Agroindústria Tropical Endereço Eletrônico: franze@cnpat.embrapa.br (85) 299-1907 (manhã)/9989-1518  

Tema: Sistemas de Produção\Agroindústria 

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