01/06/02 |

Debate sobre política agrícola é destaque do II CBSOJA

Informe múltiplos e-mails separados por vírgula.

O governo americano injetou, no ano passado, US$3 bilhões para subsidiar a soja, valor equivalente a 60% de todas as exportações do complexo soja do Brasil, de acordo com Sávio Pereira, secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O assunto vai ser amplamente debatido na mesa redonda sobre política agrícola e gestão da propriedade rural, que ocorre hoje, dia 5, no II Congresso Brasileiro de Soja, promovido pela Embrapa, em Foz do Iguaçu, PR, de 3 a 6 de junho.

Pereira diz que o Brasil deve fazer uma consulta formal à Organização Mundial do Comércio (OMC) pedindo uma explicação sobre a ação promovida pela política americana. "Para isso precisamos provar, por exemplo, que os subsídios americanos, nos últimos 4 anos, deprimiram os preços da soja no mercado internacional, o que afeta o Brasil, segundo produtor mundial de soja, atrás dos Estados Unidos".

De 98 a 2001, enquanto o preço mínimo americano variou de US$ 193 a 202 t, o preço de mercado ficou entre U$160 e 165 t. "Por causa dessa diferença de aproximadamente US$ 33 t recebida pelo produtor americano, eles continuaram a produzir e a produzir safras recordes de soja, apesar da queda nos preços mundiais" explica Pereira. "Esse desequilíbrio no mercado deprime os preços e afeta o produtor brasileiro que passa a receber menos pelo que produz".

Pereira diz que outro argumento para que o Brasil peça a quebra na cláusula de paz junto à OMC é queda nos preços internacionais de US$ 250/ton, em 97, para US$ 165/ton, de 98 até hoje, valor mais baixo dos últimos 30 anos. Apesar da queda de preços, a produção mundial continuou a subir: nos EUA, por causa dos subsídios, no Brasil, devido a mudança cambial, em 99, e na Argentina, devido à redução de custo de produção com a utilização de soja transgência. "O aumento na produção mundial apesar da queda de preços, dificulta a argumentação do Brasil na OMC, por isso o Brasil solicitou um estudo econométrico que consegue provar que houve depressão dos preços em função dos subsídios. O levantamento diagnosticou que os subsídios causaram depressão de cerca de 7% nos preços da soja".

Segundo Pereira, apesar da redução do preço mínino americano de US$193 para US$ 183, a nova lei americana, aprovada pelo congresso americano, em maio, mascara a injeção de recursos na agricultura. A nova lei promove uma espécie de programa de renda mínima retroativa, ou seja, o governo vai pagar US$16 t, referentes ao que o produtor cultivou no passado.

"Além disso, o governo vai pagar a diferença sempre que o preço de mercado for inferior a US$183/t é o chamado pagamento contra-cíclico. Aos preços de hoje, o pagamento contra-cíclico seria de US$13, que somados aos US$ 16 de pagamento fixo, totalizam US$ 29 t, ou seja, 15% do preço atual", calcula Pereira.

Assessoria de Imprensa do II Congresso Brasileiro de Soja Jornalista Lebna Landgraf (45) 522-2312 / 574-4269  

Tema: Produtos Agropecuários\Grãos\Soja 

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/