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Pesquisadores discutem a Amazônia e a sua interferência no

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De 7 a 10 de julho, o Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (projeto LBA), que reúne mais de 500 pesquisadores de 40 países em 100 diferentes projetos, incluindo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, apresenta à comunidade científica seus principais resultados, na II Conferência Científica do LBA , a ser realizada em Manaus/AM.

Também serão apresentados resultados de pesquisas relacionadas aos seguintes temas: Características Climáticas da Amazônia, Estoque e Fluxos de Carbono em Floresta Primária e Secundária, Sistemas Convectivos de Mesoescala na Amazônia, Processos na Camada Limite em Diferentes Tipos de Vegetação, Medida e Modelamento da Precipitação, Alterações no Fluxo de Carbono Devido a Mudanças de Uso da Terra, Ciclos Biogeoquímicos e Trocas de Nutrientes, Gases Traços e Partículas de Aerossóis Biogênicos, Química da Atmosfera e da Precipitação, Biogeoquímica Fluvial e Hidrologia, Modelamento dos Ecossistemas, Sensoriamento Remoto da Cobertura do Solo e da Atmosfera, Fogo e as Interações com os Ecossistemas, Aspectos Sociais e Econômicos das Alterações nos Ecossistemas Amazônicos.

O projeto - Em funcionamento há cerca de três, o LBA é uma cooperação internacional liderada pelo Brasil com o objetivo de criar novos conhecimentos científicos sobre o funcionamento do ecossistema amazônico. A preocupação se estende ainda à sustentabilidade da região e sua influência sobre o clima global, que está organizado em sete componentes principais: Clima Físico; Ciclos Biogeoquímicos; Química da Atmosfera; Ciclagem e Armazenamento de Carbono; Hidrometeorologia, Uso e Cobertura da Terra e Dimensões Humanas. Os pesquisadores estão em busca de respostas para questões sobre a maneira como a Amazônia interage com a atmosfera; como a região absorve ou libera carbono ou ainda qual a capacidade de regeneração dos ambientes devastados.

A Amazônia detém cerca de 30% da diversidade biológica do planeta, sendo que a maioria das espécies ainda é desconhecida. As altas taxas de alteração da cobertura vegetal, ocorrida nos últimos 30 anos, representam séria ameaça à integridade do mais complexo sistema natural do planeta. Mudanças nos sistemas ambientais podem produzir efeitos irreversíveis e afetar o clima da região amazônica, do continente e de todo o mundo, o que justifica por a reunião de especialistas de diferentes nacionalidades para, através de projetos de envergadura científica, entender o funcionamento regional e global da Amazônia. Estão em andamento 111 projetos, sendo 70 dirigidos por instituições brasileiras (23 amazônicas), 79 americanas, 22 européias e nove da América do Sul (Bolíva, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela).

Outra importante vertente do projeto é a formação de mão-de-obra altamente qualificada para região. Mais de 50% dos estudantes e bolsistas envolvidos nos diferentes projetos que compõem o LBA são da Amazônia. Além das 90 bolsas, vários cursos de curta duração são oferecidos aos jovens cientistas. O gestor político do projeto é o Ministério da Ciência e Tecnologia, por intermédio da Secretaria de Políticas e Programas de Ciência e Tecnologia. A coordenação científica é do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Para Carlos Nobre, coordenador científico do LBA e do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do INPE, o projeto é a maior e mais abrangente iniciativa em pesquisa ambiental para a região tropical do planeta. "O Brasil, ao liderar este portentoso experimento científico, demonstra inequivocamente a importância que atribui à ciência como elemento-chave a nortear políticas públicas para o desenvolvimento sustentável da Amazônia brasileira." Ele acredita, ainda, que se trata da maior ação ambiental brasileira, no campo científico, resultante indiretamente dos compromissos assumidos pelo país na Rio-92 e sua aderência à Agência 21 para o desenvolvimento sustentável.

Um dos grandes desafios, segundo Nobre, é encontrar o correto equilíbrio entre prosperidade econômica para as populações amazônicas e proteção ambiental, embora até o momento não se saiba exatamente o papel da diversidade biológica para o futuro da vida do planeta. "Mas o princípio da precaução impõe que se proceda com cautela em relação ao desenvolvimento da Amazônia", avalia o pesquisador.

Cerca de cem pesquisadores da Amazônia serão treinados em nível de doutorado e mestrado. "Esta comunidade é que dará continuidade às pesquisas e enraizará ainda mais o desenvolvimento científico na região, o que é básico para o desenvolvimento regional em bases sustentáveis", diz Carlos Nobre.

Conferência - A II Conferência Científica do LBA, que acontecerá de 7 a 10 de julho, em Manaus, no Studio 5, será aberta dia 7 de junho, às 17 horas. Dia 8, as atividades científicas terão início com a conferência do pesquisador do Instituto de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Flávio Luizão, e presidente do Comitê da II Conferência. Além de Carlos Nobre, coordenador científico do LBA, já confirmaram presença no evento, os pesquisadores Pedro Silva Dias, professor do Instituto Astronômico e Geofísico da Universidade de São Paulo e presidente do Comitê Científico do projeto, e Pavel Kabat, vice-presidente do mesmo comitê, representante do segmento europeu, que coordena o programa de pesquisa em Uso da Terra, Clima e Biosfera do Green World Research na Holanda.

Ruth Rendeiro - DRT/PA :609 Embrapa Amazônia Oriental Fone: (91)299 4599 Endereço eletrônico: ruth@cpatu.embrapa.br  

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