01/07/02 |

Produtores de uva em alerta para nova doença

Informe múltiplos e-mails separados por vírgula.

Os produtores de uva do Nordeste devem evitar o trânsito na região de qualquer material vegetal de videira oriundo do Paraná. Nesse estado, foi detectada recentemente uma nova doença na cultura, conhecida como ferrugem da videira, e que ainda não havia sido registrada no Brasil. A pesquisadora Daniela Biaggioni Lopes, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, ressalta que técnicos e produtores devem empreender todo esforço para evitar que a essa doença venha se instalar nos parreirais nordestinos.

O Serviço de Vigilância Fitossanitária do Ministério da Agricultura solicitou a pesquisadores da Embrapa Semi-Árido (Petrolina/PE) a verificação da presença da praga em parreirais da região. A ferrugem da videira é causada pelo fungo Phakopsora euvitis,que tem grande potencial de disseminação. Levado pelo vento, o fungo é capaz de se dispersar por longas distâncias.

Registros preliminares - Manchas amareladas nas folhas maduras, de forma e tamanhos variáveis, são as primeiras manifestações do fungo na cultura. Com a intensificação do ataque do fungo, as folhas amarelecem e secam. Um ataque severo da doença pode causar desfolha precoce, prejudicando a produção de frutos e reduzindo o vigor das plantas para as safras seguintes. Segundo Daniela, a doença foi observada no Paraná, especialmente entre os meses de janeiro a abril, quando as condições ambientais são de alta umidade relativa e temperatura elevada.

Inicialmente detectada na Ásia e na América do Norte, a praga já está presente no país, embora com distribuição limitada. No município de Maringá, local de maior infestação da doença, a ferrugem foi constatada em parreiral da cultivar Itália. Registros preliminares de pesquisadores e técnicos mostram que variedades americanas, como Niágara e Isabel, e diversos porta-enxertos são mais suscetíveis do que as variedades de uva européia. A doença foi identificada por pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá e da Universidade de Brasília.

Para Daniela, uma questão que faz aumentar a gravidade da ferrugem é que não há produtos capazes de controlar a disseminação da doença. Os fungicidas a base de cobre, utilizados para controle de outras doenças, têm apresentado resultados insatisfatórios. Outros produtos estão sendo testados, sem que sua eficiência tenha sido avaliada em bases científicas. A atitude recomendada para o momento é que se evite o trânsito de material de videiras vindo das áreas infectadas. A desobediência a essa orientação em áreas como as do Pólo de Irrigação de Juazeiro/Petrolina pode ter como conseqüência a perda em níveis elevados de competitividade e produtividade. Dos pomares do Pólo são colhidos cerca de 90% das uvas exportadas pelo Brasil.

A pesquisadora recomenda que todo material suspeito de infestação seja encaminhado para o Laboratório de Fitopatologia da Embrapa Semi-Árido, C.P. 23, CEP 56.300-970, Petrolina-PE, Mais informações com Daniela Biaggioni Lopes, tel. (87) 3862.1711, endereço eletrônico: daniela@cpatsa.embrapa.br

Marcelino Ribeiro Embrapa Semi-Árido tel. (87) 3862.1711 Endereço eletrônico: marcelrn@cpatsa.embrapa.br

 

Tema: Produtos Agropecuários\Frutas\Uva 

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/