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Embrapa propõe selo de qualidade para fábrica de farinhas animais

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As fábricas de farinhas de carne e ossos vão criar um selo indicador de que elas seguem todos os padrões de qualidade e não vendem produtos que colocam em risco a saúde do consumidor. A sugestão foi apresentada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, durante o 1º Workshop sobre Proteínas de Origem Animal na Alimentação, realizado ontem (16 de abril) em Concórdia (SC), e aceita pelos representantes das maiores fábricas de rações animais do país. "Já está claro que só vamos eliminar as farinhas de má qualidade se o governo, agroindústrias e fábricas de rações trabalharem juntos", disse Ézio da Motta, diretor do Ministério da Agricultura.

As farinhas animais de má qualidade representam um perigo para a produção brasileira de aves e suínos. Foi devido ao uso de rações de carne e ossos sem controle que surgiu na Europa a doença da vaca louca. Com base no que ocorreu com os rebanhos europeus, o Ministério da Agricultura proibiu o uso de rações animais na alimentação de bovinos. O uso das farinhas de carne e ossos nas rações de aves e suínos continuou liberada, mas recebeu um acompanhamento mais próximo do ministério.

Antes de ser importante para o consumidor, a fiscalização rigorosa sobre as farinhas de carne é essencial para o setor. Caso surja algum caso de vaca louca no Brasil, os prejuízos serão enormes para as fábricas de rações animais. "Hoje temos certeza que quase todas as fábricas possuem excelente padrão de qualidade. Porém, sabemos que devemos avançar", reconheceu Gustavo Razzo, escolhido o primeiro presidente da Associação Nacional das Indústrias de Subprodutos de Origem Animal (Anisoa), criada ontem em Concórdia.

O selo de qualidade será o avanço mais visível do setor. A proposta é treinar instituições independentes que passariam a fiscalizar as indústrias de graxaria. Quem cumprir todas as recomendações de qualidade ditadas pelo selo terá o reconhecimento da Anisoa e das agroindústrias, principais compradoras das rações animais. "A partir de agora vamos atuar como um segmento coeso e denunciar as exceções que não produzem farinhas de qualidade", avisou o vice-presidente da Anisoa, Clênio Gonçalvez.

As farinhas de carne se transformaram em insumos importantes para a suinocultura e avicultura. Da produção anual de pouco mais de 2 milhões de toneladas, cerca de 1,1 milhão de toneladas vão para a avicultura, 650 mil toneladas vão para a suinocultura e o restante para o mercado de comida para animais de estimação, como cães e gatos. As agroindústrias utilizam até 8% de farinha animal entre os componentes das rações. Cláudio Bellaver, pesquisador da Embrapa Suínos e Aves (Concórdia/SC), lembrou ainda que as graxarias beneficiam o meio ambiente. "O que essas indústrias intermediárias processam é, na verdade, o lixo da indústria de carne. De outro modo, esse material seria lançado fora, causando um problema sério de poluição ambiental", completou Bellaver.

Jean Carlos Porto Vilas Boas Souza - MTb-SC-00717 Embrapa Suínos e Aves Telefone: (49) 442.8555 Endereço eletrônico: jean@cnpsa.embrapa.br  

Tema: Atividades Temáticas\Tecnologia Agroindustrial 

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