A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, promove dia 4 de agosto, em parceria com a Cooperativa Mista dos Agricultores de Machados (Coopama) e com a Companhia de Promoção Agrícola (CAMPO), mais um evento de lançamento do novo híbrido de bananeira, batizado de Pacovan Ken. A solenidade acontece a partir das 10 horas no município de Machados (PE).

No programa estão previstas visitas de produtores, de representantes de órgãos e autoridades às quadras de Pacovan Ken e às futuras unidades de avaliação de variedades de bananeira resistentes a pragas e de aclimatação de mudas de bananeira. Está prevista também a assinatura do acordo de cooperação técnica entre a Coopama e Secretaria de Produção Rural do Estado de Pernambuco e de um contrato de fornecimento de mudas entre Coopama e CAMPO. Os organizadores do evento promovem também uma degustação de frutos da nova variedade e a distribuição de 350 mudas da Pacovan Ken aos agricultores presentes.

A nova variedade é do tipo Prata, resistente à Sigatoca-negra, Sigatoca-amarela e ao mal-do-Panamá, doenças importantes da bananicultura. Ela foi gerada a partir da cultivar Pacovan e homenageia o cientista Kenneth Shepherd, pesquisador que iniciou o programa de melhoramento genético de banana na Embrapa Mandioca e Fruticultura, localizada em Cruz das Almas (BA,) e foi o principal responsável pela obtenção desse híbrido.

Machados foi uma das regiões onde agricultores testaram em campo e aprovaram a Pacovan Ken, que também foi avaliada por produtores na Bahia e no Amazonas. "Há oito anos esse híbrido vem sendo avaliado em diferentes regiões, para garantir sua viabilidade nos diversos ecossistemas", diz Sebastião de Oliveira e Silva, um dos responsáveis pela pesquisa que criou a nova variedade.

A Sigatoca-negra foi detectada há cerca de três anos em alguns bananais do Amazonas, nos municípios de Tabatinga e Benjamim Constant. "Ela é causada por um fungo e sua presença no bananal pode ocasionar perdas de até 100% da produção", diz Zilton José Maciel Cordeiro, fitopatologista da equipe de pesquisadores responsáveis pelo projeto de pesquisa que desenvolve variedades de banana resistentes à Sigatoca-negra. A doença já está disseminada em todos os Estados da Região Norte, exceto Tocantins, e no Estado do Mato Grosso.

Segundo Zilton Cordeiro, a disseminação da Sigatoca-negra é aérea e "o vento naturalmente transporta o fungo", diz. Ele se refere ao fungo Mycosphaerella fijiensis, que causa a doença. Depois de infectar as folhas, acelera a morte dessas e reduz o desenvolvimento dos frutos. Para uma cultura de importância econômica e social como a banana, o resultado pode ser desastroso. O tamanho da fruta e sua aparência determinam a aceitação nos mercados. E são justamente essas duas qualidades as mais afetadas pelo problema.

Por estes motivos a Embrapa Mandioca e Fruticultura investiu na criação de variedades resistentes à Sigatoca-negra, onde o híbrido Pacovan Ken se destacou no primeiro e segundo ciclos, apresentando pesos médios de cachos de 16,9 kg e 29,6 kg, respectivamente, portanto superior a todos os outros genótipos similares avaliados pela pesquisa. Os frutos do híbrido Pacovan Ken não apresentam problemas de despencamento, são saborosos, maiores e mais pesados do que os de todas as outras cultivares tipo Prata", informa Sebastião.

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