A área de proteção de plantas da XXIV Reunião de Pesquisa de Soja da Região Central do Brasil, que terminou dia 15, em São Pedro/SP, fez um documento a ser encaminhado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, solicitando a revisão da instrução normativa 46, publicada em julho de 2002, que proíbe o uso de misturas de agrotóxicos em tanque. "Os participantes do evento entendem que essa proibição é um retrocesso, podendo inclusive inviabilizar importantes práticas agronômicas que têm garantido o sucesso da sojicultura brasileira", alerta o presidente da Reunião, Gil Câmara.

Um dos exemplos citados na plenária da Reunião foi a mistura de fungicidas, utilizada para tratamento de sementes, tecnologia que controla o aparecimento de doenças e evita perdas com o replantio e a redução de produtividade. Hoje, 93% das sementes cultivadas no País são tratadas com misturas de fungicidas sistêmicos e de contato.

Câmara alega que a restrição imposta pela instrução normativa dificulta ainda o controle da ferrugem asiática da soja. De acordo com resultados apresentados durante a Reunião, essa doença pode ser controlada com misturas de diferentes princípios ativos, pertencentes aos grupos dos triazóis e das estrubilurinas. "Atualmente existe somente um produto formulado e registrado em mistura, o que não atenderá a demanda para as próximas safras", diz.

Além disso, a proibição de uso de misturas de agrotóxicos em tanque vai afetar o controle de pragas e plantas daninhas. Por isso, os membros da Reunião pretendem encaminhar o documento também para as Sociedades Brasileiras de Entomologia, Fitopatologia, Plantas Daninhas e Sementes, e demais órgãos representativos do setor produtivo e industrial da soja. "Queremos que outras entidades também se pronunciem quanto a essa questão", diz.

A XXIV Reunião de Pesquisa de Soja da Região Central do Brasil foi promovida pela USP/Esalq e pela unidade de Londrina da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Mais informações com Gil Câmara, presidente da Reunião de Pesquisa de Soja pelo telefone: (19) 9789-0296

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