01/08/02 |

Novo vírus na soja pode prejudicar lavouras

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Na palestra de abertura da XXIV Reunião de Pesquisa de Soja da Região Central do Brasil, que começou dia 13, em São Pedro, SP, o pesquisador Álvaro de Almeida, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, apresentou informações sobre um novo vírus na soja, denominado de necrose de haste. Na última safra, o problema afetou lavouras na região de Barreiras (BA), e no Sudoeste de Goiás.

A necrose da haste provoca a queima e o entortamento do broto e as plantas ficam deformadas e anãs, podendo haver confusão com os sintomas causados pelo vírus da queima do broto. Como o próprio nome diz, necrose da haste com queima do broto é a característica principal da doença. As folhas das plantas anãs ficam afiladas, como na queima do broto original, mas apresentam bolhas.

Segundo Almeida, o produtor deve estar atento para identificar corretamente o problema e conhecer o histórico da região quanto a ocorrência da doença. "O reconhecimento dos sintomas da doença ajuda na escolha da cultivar resistente, porque o controle químico do inseto transmissor, a mosca branca, é muito difícil", explica o pesquisador da Embrapa Soja (Londrina/PR).

A Embrapa Soja conduziu vários estudos para avaliar a reação da maioria das cultivares de soja recomendadas. A partir desse levantamento, foi possível indicar as cultivares resistentes ao vírus para várias regiões produtoras. A infecção de soja por esse vírus foi identificada pela primeira vez, em 1973, na África. Dez anos depois, um vírus similar foi detectado no Brasil, infectando o feijão. "No entanto, esse vírus não causava o mesmo dano à soja do que o encontrado em Goiás e na Bahia. Uma dúvida persiste, se o atual vírus é ou não oriundo de uma mutação do vírus do feijão", indaga o pesquisador.

Pertencente ao grupo de carlavírus, o vírus ataca a soja prejudicando seu crescimento e causando a morte da planta. A Embrapa Soja utilizou métodos moleculares com o DNA do vírus para diagnosticar a doença. De acordo com as características de cada cultivar de soja, o vírus pode induzir ao nanismo e à deformação foliar ou mesmo provocar a necrose da haste e até matar a planta. "Como tudo ainda é muito novo, não foi possível levantar números, mas sabemos que o ataque do vírus causa sérios prejuízos econômicos", diz o pesquisador.

O carlavírus é facilmente transmitido por mosca branca, inseto de ocorrência generalizada em lavouras de soja e outras espécies. A mosca branca voa a grandes distâncias e se multiplica com facilidade, o que pode ampliar a disseminação da doença. "Considero preocupante a presença desse vírus no Brasil, porque onde foi detectado causou sérios prejuízos nas lavouras", avalia Almeida.

Lebna Landgraf (MTb 2903) Embrapa Soja Telefone: (43) 371-6061/9994-2270 E-mail: lebna@cnpso.embrapa.br  

Tema: Produtos Agropecuários\Grãos\Soja 

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