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Plantio antecipado da soja pode reduzir perda com ferrugem asiática

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Identificada em quase todas as regiões produtoras de soja, na safra 2001/2002, a ferrugem da soja provocou danos econômicos em cerca de 400 mil hectares no Brasil. Durante a XXIV Reunião de Pesquisa de Soja da Região Central do Brasil, o pesquisador José Tadashi Yorinori, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) disse que os efeitos da ferrugem asiática podem ser minimizados com a concentração do plantio antecipado e a redução a área de soja, optando-se por culturas, como o milho e o algodão.

"Os plantios de soja no final de outubro deverão sofrer menos os efeitos da ferrugem, porque haverá menor uantidade de esporos do fungo da ferrugem no ar. Por isso, vamos orientar os produtores a utilizarem cultivares precoces para que façam o plantio no início da época recomendada", diz o pesquisador da Embrapa Soja.

Ao concentrar o plantio mais cedo, o produtor também leva vantagem no uso de fungicidas. Testes sobre a eficiência de fungicidas indicaram que os produtos do grupo dos triasóis e strobirulinas, usados para o controle do oídio e de outras doenças que aparecem no final do ciclo da cultura, controlam também a ferrugem.

Tadashi aponta o aumento da área de rotação de culturas com milho e algodão no Cerrados como alternativa para controle da doença, porque diminui o risco de perda com a cultura da soja. "Além da vantagem de evitar perdas pela ferrugem, a rotação de cultura permite melhor manejo da cultura resultando na melhoria do controle de pragas, da estrutura química e física do solo, da reciclagem de nutrientes e reduz o impacto de plantas daninhas e de doenças", diz.

Na safra passada, a doença causou prejuízo aproximado de 10% em lavouras do Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Goiás. Em Chapadão do Sul, um dos municípios do Mato Grosso do Sul mais prejudicados pela ferrugem da soja, houve quebra de até 80% do rendimento com perda média de 16% na produção.

A Embrapa já fez o levantamento da doença ao nível nacional, testando 452 cultivares quanto à resistência a doenças. Desse total, mostraram-se resistentes a BRS 134 (PR), a BRSMS Bacuri (MS), a Campos Gerais (PR), CS 201 (MG), IAC PL-1 (SP), KI-S 601 (PR) e OCEPAR 7 (Brilhante) (PR), FT-2, FT-3, FT-17 e FT2001 (PR). "Esses materiais são importantes porque ajudarão a pesquisa a introduzir genes de resistência às cultivares que estão disponíveis e também desenvolver novos materiais", explica.

A ferrugem asiática é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, que interfere no funcionamento dos tecidos, provocando a queda prematura das folhas. Essa espécie de ferrugem, originária da China, é facilmente disseminada pelo vento. "O fungo não é transmitido via sementes ou grãos, por isso não há risco de introdução do fungo da ferrugem para outros países, através de grão exportado", assegura Tadashi. "A ocorrência da ferrugem pode variar de um ano para outro, dependendo das condições climáticas".

Lebna Landgraf (MTb 2903) Embrapa Soja Telefone: (43) 371-6061/9994-2270 E-mail: lebna@cnpso.embrapa.br  

Tema: Produtos Agropecuários\Grãos\Soja 

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