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Embrapa desenvolve tecnologia inovadora para aproveitamento da mandioca

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A mandioca é a principal fonte de calorias para cerca de 500 milhões de pessoas no mundo, especialmente nos países em desenvolvimento, onde é cultivada em pequenas áreas com baixo nível tecnológico. Mais de 80 países cultivam mandioca, e o Brasil é o segundo maior produtor, com cerca de 15% da produção mundial. Todos os estados brasileiros cultivam essa raiz, que se situa entre os nove primeiros produtos agrícolas, em área cultivada, e o sexto, em valor de produção. Ainda assim, a mandioca é um alimento pouco estudado no país e praticamente inexplorado industrialmente.

A equipe de pesquisadores dos laboratórios de bioquímica e biofísica da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília/DF), uma das 40 unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, desenvolveu duas tecnologias inovadoras para o aproveitamento de raízes de reservas da mandioca encontradas na região amazônica, com importância para a nutrição e saúde humana. Essas tecnologias diversificam o mercado de derivados da mandioca em uso comercial na atualidade, já que oferecem novas alternativas de uso desse produto, além da tradicional produção de farinha e fécula. Elas estão sendo apresentadas na Amazontech - Novos Rumos para a Ciência, Tecnologia e Negócios Sustentáveis, que acontece entre os dias 17 a 22 de setembro, em Rio Branco, Acre.

A primeira tecnologia, de aproveitamento de raízes de mandioca como alimentos funcionais, gerou quatro produtos: xarope de glicose enriquecido com carotenóides com propriedades vitamínicas; cápsulas com extrato de organelas celulares contendo licopeno, beta caroteno ou luteina; picles de raiz de reserva de mandioca contendo constituintes com propriedades funcionais na nutrição humana e um produto denominado tucupi em pó, que é derivado de um extrato comercializado na região de Belém para o preparo de pratos regionais típícos.

A segunda é a tecnologia para o aproveitamento de mandiocas açucaradas. Foram idealizados e processados três novos produtos extraídos de raízes de reserva de clones de mandioca identificados e isolados na diversidade da Amazônia, que são: concentrado de glicose natural com aplicações nas indústrias: química, de alimentos e de bebidas, já que pode ser usado como adoçante no preparo de bolos, doces e sorvetes; amido seroso com mutações naturais que tem aplicações variadas na indústria têxtil e de alimentos; e um amido (glicogênio vegetal) solúvel em água fria, que não é encontrado nas cultivares comerciais de mandioca, e pode ser amplamente utilizado pelas indústrias farmacêuticas e de cosméticos

Todos esses produtos trazem vantagens comerciais e econômicas para a região amazônica, já que são derivados dos próprios recursos naturais da região, são recomendados para indústrias de pequeno porte, pois eliminam os investimentos iniciais de infra-estrutura, e não encontram similares no mercado. Além disso, vão gerar benefícios sociais para os agricultores da Amazônia, pela melhoria da qualidade dos alimentos consumidos no meio rural e aumento em suas rendas familiares, sem falar que não têm impacto ambiental, pois são tecnologias desenvolvidas a partir de clones de mandioca originados e já adaptados à Amazônia e, portanto, sem os riscos de introdução de culturas não adaptadas à essa região.

Mais informações Fernanda Diniz, Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Telefone (61) 448-4770 E-mail: fernanda@cenargen.embrapa.br  

Tema: Produtos Agropecuários\Hortaliças\Mandioca 

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