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Embrapa promove curso internacional sobre produção de frutas tropicais

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Técnicos de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e do Timor Leste iniciaram, nesta segunda-feira, 14 de outubro, na cidade de Cruz das Almas (BA), um curso intensivo, com duração de um mês, sobre a produção de frutas tropicais. Com um total de 17 participantes, o evento é uma promoção em parceria da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas/BA), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e da Agência Japonesa de Cooperação Internacional (JICA).

Nas duas primeiras semanas, o curso vai abordar os aspectos gerais de sete fruteiras pesquisadas pela Unidade da Embrapa na Bahia: abacaxi, acerola, banana, citros, mamão, manga e maracujá. Os africanos e timorenses receberão informações sócio-econômicas, dados e métodos estatísticos experimentais e avaliação de mercados.

Os pesquisadores brasileiros devem transmitir também informação atualizada sobre recursos e melhoramento genético de fruteiras tropicais. Tecnologias para o manejo de solos e de água serão demonstradas, assim como a experiência da empresa no combate a pragas e doenças na fruticultura.

A terceira semana do curso será mais prática, com a realização de dias-de-campo especiais para cada uma das fruteiras. Os técnicos estrangeiros terão oportunidade de ver, em campo, exemplos de tecnologias desenvolvidas para diversas práticas culturais. Eles receberão, ainda, informações práticas sobre o manejo de pós-colheita e sobre o processamento de frutas.

Na última semana os técnicos visitarão áreas produtoras para conhecer, in loco, modelos de sistemas produtivos adotados pelos produtores baianos. As excursões técnicas começam no sábado, dia 2 de novembro, na região de Wenceslau Guimarães, onde será mostrado o cultivo de banana. Áreas de citricultura, mamão e acerola serão visitadas no Litoral Norte, na região de Rio Real, nos dias 4 e 5. Está prevista também visita a indústrias de suco e polpa de frutas, como Utiara e Brasfruit.

Nos dias 6 e 7 de novembro, os organizadores do curso levam os participantes para conhecer a região de Itaberaba, maior produtora de abacaxi da Bahia, e de Iaçu, onde as culturas de destaque são manga, limão, mamão e maracujá, e onde poderão conhecer packing-houses e outras estruturas características de sistemas de cultivo mais tecnificados.

Cooperação - Depois de experiências bem sucedidas com a realização de cursos similares sobre a cultura da mandioca, a Embrapa e seus parceiros repetem a receita, desta vez direcionando o treinamento para fruticultura. Esse tipo de cooperação técnica internacional beneficia diretamente países como Guiné-Bissau, que pode aprimorar sua produtividade em culturas como manga e caju. Outro exemplo é Cabo Verde que já possui uma certa tradição na bananicultura.

"Em comparação com a agricultura brasileira, que se transformou numa das mais desenvolvidas do mundo tropical, o Timor Leste e os cincos países africanos de língua portuguesa, estão num estágio de desenvolvimento agrícola com algumas décadas de atraso", avalia o organizador do curso, Domingo Haroldo Reinhardt.

Para que o curso seja de maior proveito para os países envolvidos, a Embrapa tentou selecionar, em cada país, profissionais que estejam de fato trabalhando com a geração e, sobretudo, a transferência de tecnologia, em contato direto com os produtores. "Nossa intenção é que os técnicos atuem em seus países como multiplicadores do conhecimento que receberem aqui", revela.

Pelo pequeno desenvolvimento da fruticultura nos países africanos e no Timor Leste, o curso da Embrapa deve concentrar o repasse de informações técnicas especialmente para a realidade da agricultura familiar, dando ênfase às questões mais ligadas aos tratos culturais, manejo de solo, fitossanidade, controle biológico de pragas e o consorciamento de culturas para modelos de pequena produção.

"Na maioria dos casos, esses técnicos lidam com produtores rurais de uma agricultura praticamente sem insumos. Para atrair empresas e novos investimentos na fruticultura eles vão precisar de uma mão-de-obra mais qualificada", observa Domingo Haroldo. A disparada do dólar americano em relação à moeda brasileira causou uma significativa corrosão no orçamento inicialmente previsto para a realização do curso que é de US$ 90 mil, principalmente por causa das despesas com passagens aéreas, que tiveram suas tarifas majoradas nos últimos dias.

Dalmo Oliveira - MTb/PB N.º 0598 Embrapa Mandioca e Fruticultura Contatos: (75) 621.8037 (Dalmo); 621.8061 (Domingo Haroldo) Endereço eletrônico: dalmo@cnpmf.embrapa.br  

Tema: Produtos Agropecuários\Frutas 

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